[Livro] Simulacron 3 (1964)




capa da esquecida versão nacional
achei um versão eletrônica
 garimpando na web





Introdução



"A estrada terminava cem metros à frente. De cada lado da estrada, a própria terra dava lugar a uma impenetrável barreira de profunda escuridão. Ali não havia estrelas, nem luar - apenas o nada."


Vi o 13º andar (1999) no cinema.

Há muito tempo tenho a vontade de ler  o livro que deu origem a cada filme que gostei.

Claro que isso é uma causa perdida: basta duas horas para ver um filme e livros facilmente consomem o quádruplo do tempo.

Pelo menos nesse caso consegui alguma coisa E sim: o livro é melhor que o filme. Sorte minha encontrar a versão eletrônica na web. Agradecimento ao fãs (Exilado dos Livros) que tornaram isso possível.


Sinopse


Douglas Hall faz parte de uma equipe que constrói um ambiente artificial para simular a realidade. 

Isso lhes permite obter pesquisas de opinião pública sem esperar pela opinião das pessoas ao seu redor. Contudo algo dá errado e seus colegas de trabalho começam a desaparecer.
O livro narra a dificuldade de Hall em perceber a farsa de sua realidade e encontrar uma saída disso tudo sem perder a sanidade.


Alguns Trechos



"O mundo do futuro orientava-se por pesquisas de opinião pública. Mas o resultados dessas pesquisas, por demais demoradas, nem sempre ofereciam estabilidade e exatidão necessárias à conformação de uma sociedade avançada. Por isso os cientistas Lynch, Fuller e Hall idealizaram e construíram um simulador de ambiente, o Simulacron 3, em que jogavam análogos subjetivos para obter reações humanas como resultado. Mas Lynch desaparece, Fuller é assassinado e Hall é acusado de ambos os crimes. Tentando esclarecer a situação, Hall vem a descobrir que este mundo que o simulador repetia não é mais que o simulacro de um outro mundo maior, que o rege e domina. E com isto selou sua sorte."

Temos um instrumento cirúrgico capaz de dissecar a própria alma! Ele pode examinar o ser humano, motivo por motivo, instinto por instinto. Pode investigar as nossas emoções básicas, nossos temores e aspirações. Pode descobrir, analisar, classificar todas as características de um indivíduo, e nos ensinar como melhorá-las. Pode explicar e revelar as causas dos preconceitos, intolerâncias, ódios, sentimentos perversos. Estudando seres analógicos em um sistema simulado, poderemos revelar todo o espectro das relações humanas. Através das unidades analógicas, poderemos observar não apenas o início, mas também cada passo no desenvolvimento das tendências anti-sociais!

 Bebemos o café em silêncio, na cozinha. O rosto de Jinx, sem pintura, refletia preocupação. Uma mecha de cabelo cobria um dos olhos. Mas estava mais bela do que nunca. Porque com a ausência de cosméticos sua juventude se revelava em todo o seu encanto, despretensiosa, maravilhosa.

parecia razoável - uma pessoa material divertindo-se com a angústia simulada de entidades imaginárias. Mas todos os sádicos extraem prazer da apreciação mental do sofrimento. E em um ambiente simuletrônico, a qualidade subjetiva de um sofrimento programado era tão válida quanto a reação mental de um ser material a uma tortura verdadeira.


Remissões


  • 13º andar (1999) - uma adaptação para o cinema do livro recente

  • Matrix (1999) - vi

  • A Origem (2010) - vi

  • O Mundo por um Fio (1973)  - não vi.



Conclusão 


"Nenhuma mentalidade analógica pode suportar o conhecimento de que é apenas complexo de correntes eletrônicas em uma realidade simulada. (...)   Eu, tudo que me cercava, cada molécula do meu universo - nada mais que um arremedo de realidade. Um ambiente simulado, construído por um mundo real que estava além da nossa imaginação"



Enfim, um excelente livros para amantes do sci-fi.

A leitura ainda permanece atual, mesmo depois de tanto tempo.

Recomendo.

Grande abraço! 


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[Livro] Pancadaria (2018)/ Reed Tucker - Parte 1




essa capa lembra-me das capas da Ed. Abril,

na época que o valor do gibi era tabelado







Introdução 




Por meio da narrativa da histórica rivalidade de duas editoras, o autor consegue dar sentido a décadas de quadrinhos.




Consumi quadrinhos principalmente na década de 90, no começo de minha vida de leitor - simplesmente era impossível pra mim filtrar a quantidade de referências das melhores estórias, principalmente quando se lembra que Marvel e DC já estavam por aí há décadas:





"A DC nasceu na década de 1930, os principais heróis da Marvel só viriam a surgir mais de 25 anos depois. Se a DC representa os Estados Unidos de Eisenhower, a Marvel é como o país de John F. Kennedy. A editora era mais jovem, mais descolada e provavelmente estava indo para a cama com alguém. A Marvel moderna que chegou em 1961 rapidamente sacudiu a indústria de quadrinhos de uma forma que refletia os dramáticos sofrimentos culturais e políticos que todo o país estava experimentando."




Esse livro é a luz no fim do túnel para leitores que nunca entenderam o porquê de cancelamentos, lançamentos, reboots, atualizações, crossovers e muito mais.



Um livro que fazia falta no mercado antes de existir






Alguns Comentários 






Analisando a rivalidade histórica das editoras pelo ponto de vista econômico, tudo passa a fazer sentido:





"Por mais que os leitores gostem de romantizar o negócio dos quadrinhos, é exatamente só isso: um negócio. Art Spiegelman, ganhador do prêmio Pulitzer, responsável por Maus – A História de um Sobrevivente, chama os quadrinhos de “a cria bastarda da arte e do comércio”. E dinheiro (medido em parte pelas vendas) ainda é um dos componentes mais importantes em cada uma dessas edições que você colocou em um papelão, ensacou e guardou com amor no armário – se não para os autores envolvidos, então certamente para seus chefes corporativos em seus aquários."




Fica claro que os quadrinhos são o reflexo da época em que foram editados:





"O Superman de 1938 era um herói muito mais pé no chão (literalmente) do que a versão que ele evoluiria para ser posteriormente. Seus poderes eram limitados. Ele não podia voar. Em vez disso, tinha o poder de apenas saltar duzentos metros. Ele tinha uma força aumentada, mas estava longe de ser invulnerável. Diziam que um morteiro seria capaz de perfurar sua pele. Os tipos de casos que ele escolhe lidar são igualmente mundanos. Em suas primeiras aparições, ele jogou contra a parede um marido que espancava a mulher, revelou um sistema judicial corrupto e acabou com um linchamento. Superman agia menos como o benfeitor de coração de ouro que se tornaria mais tarde e mais como um ativista hippie que poderia morar no fundo do corredor da sua república universitária."





Muita gente pode achar que a lacração (apelação) é algo recente, mas ela existe desde os primórdios dessa indústria, sendo mais uma ferramenta de ganha-pão dos editores. No passado, a preocupação com o leitor era ainda menor:







"A indústria dos quadrinhos é cíclica, com gêneros e personagens entrando e saindo de moda como um jeans de cintura alta. Faroestes foram quentes por alguns anos, depois sumiram. Quadrinhos de romance estavam a toda, depois era impossível conseguir um exemplar de Flaming Love. O mesmo tem sido verdade para os super-heróis. Cerca de dez anos depois de Superman ter aparecido pela primeira vez, o público começou a ficar um pouco entediado com a ideia de superpoderes, e o gênero vacilou. Títulos foram cancelados por todo o mercado, inclusive alguns na DC. As aventuras do herói que possuía o anel, o Lanterna Verde, chegou a um fim abrupto em 1949, e em 1951 a DC desceu o machado na Sociedade da Justiça da América, uma superequipe composta pelo rol de personagens da editora da época da Segunda Guerra Mundial, incluindo Gavião Negro, Homem-Hora e Senhor Destino."




(...)



“Eu ressaltei que o leitor médio de quadrinhos começava a lê-los aos oito anos e os abandonava aos doze”, o falecido Schwartz escreveu em sua autobiografia, Man of Two Worlds. “E uma vez que mais de quatro anos já haviam passado, existia um público totalmente novo que realmente não sabia que o Flash tinha fracassado, e talvez eles pudessem dar uma chance.”



A Marvel hoje é a líder inconteste tanto no mercado de quadrinhos quanto no de filmes baseados em super-heróis. Contudo, o começo dela foi bem humilde:








Por grande parte do começo da sua vida, a Marvel era o equivalente a uma banda cover ruim. Era menos “A Casa das Ideias”, como ficaria conhecida posteriormente, e mais “a casa das ideias das outras pessoas”. “Éramos uma empresa de macacos de imitação”, Stan Lee diz da empresa à qual ele se juntou em 1940, como office boy.




(...)







O chefe da Marvel, uma vez, resumiu sua estratégia de negócios como “se você conseguir um título que se popularize, então acrescente mais alguns e vai ter um bom lucro”.




 (...)







Durante os anos 1940 e 1950, a Marvel saltou de moda em moda, com pouca originalidade ou vanguardismo em evidência. Quando os quadrinhos policiais começaram a decolar, a Marvel deu aos leitores Lawbreakers Always Lose [Contraventores sempre perdem] e All-True Crime [Só crimes de verdade]. Se a Turma do Pernalonga e animais divertidos eram a coisa do momento, ela empurrava o Wacky Duck. Quando faroestes de segunda começaram a fazer sucesso em Hollywood, a Marvel desenrolou Ted Chicote e o Arizona Kid. A empresa até publicou um título chamado Homer the Happy Ghost, que tinha mais do que uma simples semelhança com Gasparzinho, o Fantasminha Camarada.



(...)






“Martin achava, naqueles dias, que nossos leitores eram crianças muito, muito pequenas, ou então pessoas mais velhas que não eram muito inteligentes, ou não estariam lendo quadrinhos”, Lee disse em um comentário em áudio em 2006 para o livro Stan Lee’s Amazing Marvel Universe. “Eu não acho que Martin tivesse mesmo grande respeito pela mídia, e, por isso, recebi a ordem de não fazer histórias que fossem muito complexas, não me alongar demais em diálogos ou em caracterizações.”



Tudo começou a mudar com a lendário pareceria Stan Lee e Jack Kirby:





Em 1961, Kirby e Lee se uniram para um novo tipo de história de super-herói, e os resultados seriam muito mais memoráveis. O que eles criaram foi uma equipe de aventureiros que ganham poderes fantásticos depois de voar para o espaço e ser bombardeados por raios cósmicos. O cientista Reed Richards, também conhecido como Sr. Fantástico, ganha a habilidade de esticar seu corpo como elástico. Sua namorada, Sue Storm, tem o poder de se tornar invisível e ganha o codinome de Garota Invisível. O irmão dela, Johnny Storm (o Tocha Humana), descobre-se capaz de explodir em chamas, e o amigo de Reed, Ben Grimm (o Coisa) é transformado em um monstro laranja de pedras. Parece bem ordinário, e o conceito tem alguns ecos de uma HQ que Kirby fez para a DC em 1957, Desafiadores do Desconhecido, sobre um grupo de quatro aventureiros que sobrevivem a um acidente de avião e enfrentam missões.


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[Livro] A Arte da Guerra (470 a.C.)/ Sun Tzu




Introdução


Esse livro é essencial e merece ser relido de tempos em tempos. Em poucas páginas o autor desenvolve uma estratégia excelente para conflitos e para a vida.

Com ele aprendemos a lidar com nossa energia, que é a vontade de agir e de conquistar objetivos, levando em consideração o ambiente a nossa volta. 


É um livro sobre princípios e não sobre regras, o que permite aplicar seus ensinamentos a qualquer problema, como se preparar para uma prova ou conquistar uma mulher.

Umas das ideias mais legais: se preocupe em não cometer erros. Quem aplica isso já tem meio caminho andado para atingir qualquer objetivo.


Conselhos Úteis


Selecionei sete frases aleatórias para medição:


  • Se você conhece o inimigo e conhece a si mesmo, não precisa temer o resultado de cem batalhas. Se você se conhece mas não conhece o inimigo, para cada vitória ganha sofrerá também uma derrota. Se você não conhece nem o inimigo nem a si mesmo, perderá todas as batalhas.
  • Aquele que se empenha a resolver as dificuldades resolve-as antes que elas surjam. Aquele que se ultrapassa a vencer os inimigos triunfa antes que as suas ameaças se concretizem.
  • A suprema arte da guerra é derrotar o inimigo sem lutar.
  • Não é preciso ter olhos abertos para ver o sol, nem é preciso ter ouvidos afiados para ouvir o trovão. Para ser vitorioso você precisa ver o que não está visível.
  • A evolução do Homem passa, necessariamente, pela busca do conhecimento.
  • A habilidade de alcançar a vitória mudando e adaptando-se de acordo com o inimigo é chamada de genialidade.
  • O verdadeiro objetivo da guerra é a paz.


Remissões



  • Art of War (2009) - um belo documentário sobre o livro com duração de cerca de 1h30: mais uma maneira de aprender sobre a guerra no conforto de seu sofá.



Conclusão



Seja Fūrinkazan


veloz como o vento, tão gentil como floresta, feroz como fogo, inabalável como  montanha.


Pela ótica de uma antiga estratégia de guerra chinesa, você poderá dar uma nova abordagem a seus problemas e, com sorte, solucioná-los.

Essencial.

Grande abraço!

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Quadrinhos de C. C. Tsai (1948-)




Trecho de "Zen em Quadrinhos"




Introdução




O Taiwanês Tsai Chih Chung (mais conhecido como C.C. Tsai) é um popular cartunista do Leste Asiático. 






O forte de suas obras é tornar acessível ao público, principalmente o ocidental, o conhecimento milenar da filosofia chinesa de forma alegre, sem perder a profundidade de seus ensinamentos.






Obras no Brasil





Até onde pesquisei, só foram lançadas 3 obras desse autor no Brasil - todas na década de 90 e pela Editora Ediouro.



Todas estão esgotadas e são até caras de comprar em sebos online, mesmo assim é fácil achar scans desses livros na web, o que torna acessível sua leitura ainda hoje.








Tem post próprio




A introdução da obra é excelente 
















Conclusão 







É uma pena que que os quadrinhos de C. C. Tsai não sejam mais editados no Brasil.





Por outro lado, temos uma inundação de gibis americanos que em sua maioria são compostos de roteiros de duvidosa inteligência.





Recomendo o autor.





Grande abraço!






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[Doc] Icarus (2017)





O filme explica de que pelo menos desde de 1968 há um esquema informal e ilegal de fornecimento de dopping para atletas russos mantido pelo próprio governo russo.

Isso na prática é mantido por laboratórios governamentais que atuam sob ordens diretas do ministério dos esportes e conta também com ajuda de membras da policia secreta russa (antiga KGB). No passado eles compravam drogas da China e hoje sabe lá de onde vem essas vitaminas.
Recentemente (2012-2016) foi percebido que esse esquema, que beneficiou mais de 1000 atletas olímpicos russos, inviabilizava o ideal de competição justa nas provas internacionais.

Mesmo assim, após fartas provas (mais de 1.600 documentos) e investigações dos órgãos esportivos internacionais responsáveis por administrar medidas antidoping no sentido de que essa fraude é mantida pelo governo da Rússia, a instituição responsável pelos jogos olímpicos preferiu não banir os atletas, sob o argumento de que a política não pode prevalecer sobre o esporte.

Fica a sensação de que grandes esquemas de fraude (aqueles mantidos pelas instituições mais poderosas de uma nação) não podem ser derrubados e vida que segue.

Remissões: essa sensação de impunidade é mesma que senti ao ver documentários como Hard Nox (2018) e Mestre do Universo (2013), respectivamente sobre a indústria automobilística  multinacional Volkswagen e as instituições financeiras na Alemanha. O jogo premia o trapaceiro.

Recomendo o filme.

Grande abraço!


P.s.: vi no Netflix


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[Livro] Os Segredos dos Grandes Artistas (2017)/ Mason Currey - Parte 2



Søren Kierkegaard (1813–1855)
  •  Kierkegaard tinha sua maneira bastante peculiar de beber café: Com enorme prazer, pegava o saco de açúcar e vertia o açúcar para dentro da xícara de café até que estivesse amontoado até a borda. Em seguida, despejava o fortíssimo café preto, que lentamente dissolvia a pirâmide branca. O processo mal estava concluído antes de o estimulante viscoso desaparecer no estômago do mestre, onde se incorporava ao xerez para produzir energia adicional que se infiltrava em seu cérebro fervente e borbulhante
  • Normalmente, escrevia no período da manhã, partia em uma longa caminhada por Copenhague ao meio-dia e retomava seus escritos no restante do dia, avançando na noite. Durante as caminhadas, tinha suas melhores ideias e, às vezes, tinha tanta pressa para registrá-las que, ao voltar para casa, escrevia de pé parado em frente à sua mesa, ainda de chapéu e segurando sua bengala ou guarda-chuva. Kierkegaard

Voltaire (1694–1778)
  •  passava a manhã na cama, lendo e ditando novos textos para um de seus secretários. Ao meio-dia, se levantava e se vestia. Em seguida, recebia visitas. Se não houvesse nenhuma, continuava a trabalhar, consumindo café e chocolate para se nutrir. (Ele não almoçava.) Entre as 14 e as 16 horas, Voltaire e seu secretário principal, Jean-Louis Wagnière, saíam de carruagem para inspecionar a propriedade. Depois, trabalhava novamente até as 20 horas, quando se reunia com a sobrinha viúva (e amante de longa data) Madame Denis e outros convidados para o jantar. 
  • Mas seu dia de trabalho não terminava aí: Voltaire muitas vezes continuava a ditar textos depois da ceia, noite adentro. Wagnière estima que, ao todo, eles trabalhassem de 18 a 20 horas por dia. Para Voltaire, era um arranjo perfeito.  

Benjamin Franklin (1706–1790)

  •  Achei muito mais agradável à minha constituição banhar-me em outro elemento, e quero dizer o ar frio. Com esse propósito, eu me levanto cedo quase todas as manhãs, e sento-me no meu quarto sem roupa alguma, por meia hora ou uma hora, de acordo com a estação do ano, e leio ou escrevo. Essa prática não é nem um pouco dolorosa; ao contrário, é bem agradável. Se eu volto para a cama mais tarde, antes de me vestir, como às vezes acontece, complemento o descanso da noite, dormindo uma ou duas horas do sono mais agradável que alguém possa imaginar.

Anthony Trollope (1815–1882)
  •  Eu costumava sentar-me para trabalhar todos os dias às 5:30;
  • três horas por dia produzem tanto quanto um homem deve        escrever. Mas, para isso, deve ter treinado a si mesmo para ser capaz de trabalhar continuamente durante essas três horas – orientando sua mente para que não seja necessário sentar-se e ficar mordiscando a caneta, e olhando para a parede à sua frente, até encontrar as palavras com que deseja expressar suas ideias.
  • Eu sempre começava a tarefa lendo o trabalho do dia anterior, uma operação que levava meia hora, e que consistia principalmente na ponderação do som das palavras e frases em meu ouvido...


Jane Austen (1775–1817)

  •  Austen nunca viveu sozinha e tinha pouca expectativa de encontrar solitude em sua vida diária.
  • Austen escrevia na sala de estar, “sujeita a todo o tipo de interrupções ocasionais”, lembrou seu sobrinho.


Frédéric Chopin (1810–1849)

  •  Ele se fechava em seu quarto por dias inteiros, chorando, andando, quebrando suas canetas, repetindo e alterando um compasso centenas de vezes, escrevendo-o e apagando-o outras tantas, e recomeçando no dia seguinte com uma perseverança ínfima e desesperada. Levava seis semanas para terminar de escrever uma única página, desde o instante em que fizera sua primeira anotação até concluí-la.

Gustave Flaubert (1821–1880)

  •  A fim de se concentrar na tarefa, Flaubert definiu uma rotina rígida que lhe permitia escrever por várias horas à noite – ele se distraía facilmente com os ruídos durante o dia – enquanto também atendia a algumas obrigações familiares básicas. (Na casa de Croisset, havia, além do autor e de sua mãe-coruja, a sobrinha de Flaubert de 5 anos, Caroline, a governanta inglesa da menina e, frequentemente, o tio de Flaubert.)

Henri de Toulouse-Lautrec (1864–1901)

  •  Toulouse-Lautrec fazia seu melhor trabalho criativo à noite, quando desenhava esboços em cabarés ou montava seu cavalete em bordéis.
  • Depois de uma longa noite de desenhos e bebedeira, costumava acordar cedo para imprimir litografias, em seguida, ir a um café para o almoço, regado a generosas quantidades de vinho.

Thomas Mann (1875–1955)

  • Mann estava sempre desperto às 8 horas. Depois de sair da cama, bebia uma xícara de café com a esposa, tomava um banho e se vestia. O café da manhã, novamente tomado com a esposa, era às 8:30. Em seguida, às 9 horas, Mann fechava a porta de seu estúdio, tornando-se inacessível a visitas, telefonemas ou à sua família. As crianças estavam terminantemente proibidas de fazer qualquer ruído entre as 9 horas e o meio-dia, as horas escolhidas por Mann para escrever.

Karl Marx (1818–1883)

  • Seu estilo de vida consistia em visitas diárias à sala de leitura do Museu Britânico, onde normalmente ficava das 9 horas até seu fechamento, às 19 horas. Em seguida, se dedicava a longas horas de trabalho à noite, quando fumava incessantemente. O cigarro, que era um luxo, passou a ser um bálsamo indispensável. Isso afetou sua saúde de forma permanente e passou a ser vítima frequente de uma doença do fígado, por vezes acompanhada de furúnculos e inflamação nos olhos, que interferiam em seu trabalho, deixavam-no exausto e irritado, e atrapalhavam seu meio incerto de subsistência.




Hambúrguer Caseiro: Acessórios


Photo by Valeria Boltneva from Pexels


Introdução


Usamos um mistura de bacon, alho e carne de boi ou frango para fazer nossos hambúrgueres.

A melhor estrategia é fazer o processo (moedor e moldar) uma vez por semana, planejando o uso da carne para dias específicos.

Assim, se minimiza o trabalho.

Utensílios Para Hambúrguer Caseiro

  • Moedor de Carne Elétrico Bivolt Boca 8 Malta - decepciona porque as peças não são de inox - tem que lavar e secar assim que termina o uso, mas dá conta do recado. Quando esse quebrar pretendo adquirir um modelo melhor de outra marca.

  • Modelador de Hambúrguer - acessório barato que ajuda a fazer carnes de tamanho padronizado.
  • Chapa Bifeteira 42x24cm + Prensador Bifes - a chapa permite grelhar com mais facilidade sobre o fogão e o prensador auxiliar, embora você possa usar um frigideira tão somente. Minha mulher diz que a chapa dá um gosto esquisito na carne - eu não sinto (obs.: depois de uns meses esse tal gosto despareceu, segundo ela).
  • Espátulas Curva, Reta, Abafador, Modelador - acessórios que ajuda a preparar mais rápido o hambúrguer, ainda que não sejam essenciais. O modelador ajuda a fazer um ovo que caiba no pão.

Conclusão 


Hambúrguer caseiro é muito gostoso e mais confiável, mas dá trabalho.

Grande abraço!




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[Filme] A Mão do Diabo (2001)












Fenton Meeks confessa a um agente do FBI que seu pai, um religioso fanático, é o responsável por uma série de mortes na cidade. Meeks conta que seu pai acredita ser encarregado de uma missão divina para acabar com os demônios com suas próprias mãos.








O que parecia mais uma narrativa batida se torna uma estória no mínimo interessante conforme o roteiro avança e temos que ressignificar fatos (Plot Twist).





Conforme explica Guilherme Z:





(...) o grande problema da fita provavelmente é a falta de ousadia ou de foco. Trabalha com um viés psicológico, mas não o aprofunda, assim como também lança questões sobre o fanatismo religioso, todavia, sem se posicionar entre a verdade ou a mentira a respeito dos escolhidos por Deus para realizar missões na Terra. Deixando essa pegada intelectual de lado, eis aqui uma produção que entretém com qualidade e que merece ser descoberta pelo menos para se fazer uma desintoxicação mental leve afinal a virose de suspenses ruins e repetitivos é um problema crônico. Prestigiar aqueles que tentam fazer a diferença vale a pena.





Mesmo estando esquecido, a película merecia uma continuação ou remake.





Enfim, simples e divertido.





Recomendo com bastante pipoca.





Grande abraço!





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Cozinha: Itens Básicos

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Introdução


Não existe dieta mágica.

O segredo é comer as mesmas coisas saudáveis durante o maior tempo possível para poder avaliar o efeito no corpo.

A estratégia para não se entediar com isso é aprender a preparar o mesmo alimento de diferentes maneiras: assado, cozido, grelhado etc.

Para isso diferentes utensílios podem ser úteis.


Itens Básicos


  • balança digital 
  • jogo de facas (sugestão: cerâmica)
  • cortador de cebola (opcional)
  • potes herméticos
  • frigideira antiaderente (sugestão: cerâmica)
  • liquidificador industrial
  • panela de pressão
  • sanduicheira (opcional)
  • air fryer (só é ruim de limpar, mas é saudável)
  • panela elétrica de arroz
  • multiprocessador
  • grelha elétrica
  • assadeira (com tampa e grelha)


Conclusão 


A dieta começa na cozinha.

Grande abraço!


P.s.: assista os vídeos abaixo.







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[Doc] Hermógenes - Professor e Poeta Do Yoga (2015)


Hermógenes é um ícone da yoga no Brasil 

O filme faz um resumo da biografia de José Hermógenes de Andrade Filho (1921-2015), trazendo uma compilação de entrevistas, imagens e depoimentos de familiares, amigos e leitores.
Hermógenes veio de família pobre, tornou-se militar e, durante o tratamento de uma tuberculose, descobriu que a yoga o ajudava a ser tornar mais saudável e forte. Passou a treinar de forma autodidata, tornando-se professor e escritor best-seller nacional sobre o tema.

Ele foi um dos pioneiros em difundir a prática de yoga no Brasil e nos anos 70 foi um fenômeno de mídia: seus livros venderam e ainda vendem milhares de cópias pelo mundo, o que lhe rendeu fama e prestígio.

O documentário mostra principalmente os aspectos filosóficos/espirituais da yoga na visão de Hermógenes, que prega a busca do autoconhecimento, vegetarianismo, respeito pelo próximo independente do credo religioso.

Recomendo o filme.

Grande abraço!


P.s: vi no Prime Video


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[Doc] All Day (2017)




Esse documentário retrata a trajetória de um fisiculturista profissional: da derrota em Ohio/EUA ao triunfo no Brasil. 

Toda história de superação do atleta que nunca desiste de lutar pelo topo no esporte.

A película tem uma grande carga motivacional, pois não importa o que aconteça (e as dificuldades são grandes): Jorlan continua treinando como uma máquina. Isso é inspirador.

O filme mostra as dificuldades da preparação de Jorlan e o trabalho duro na preparação para o próximo campeonato.

Um dos pontos altos é a cena de treinamento de perna na rua, no melhor estilo Ronnie Coleman, avançando dezenas de metros com peso nas costas sob o sol: muito suor e poeira pelo caminho.

Outro momento interessante é o da rotina de alimentação:

mesmo em quarto de hotel ele tem de manter as refeições balanceadas - solução é comprar um grill  e um microondas para cozinhar no apertado ambiente. Nada mais old school que isso.


Recomendo o filme.

Grande abraço!


P.s.: está disponível completo no youtube.

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