Rotina de Trabalho

 

Hiroshi Yoshimura



Introdução

Estabelecer rotinas é importante.

No passado, quando estava na casa dos 20, eu tinha objetivos claros que me motivavam diariamente: coisas como terminar uma faculdade, me preparar e passar em um concurso e obter autonomia financeira para pagar minhas contas.

Nessa época, tinha uma rotina bem estruturada ainda que não escrita, da qual já falei nesse post. A parte positiva é que atingi a maior parte dos meus objetivos nessa época.

Hoje no final da casa dos 30, não tenho mais objetivos, apenas hábitos. Os eventuais objetivos que restam, nem de longe me motivam a continuar dando o meu máximo/melhor para obtê-los, pois eles já não me trarão uma grande melhora da qualidade vida e, com o tempo, creio que vou atingi-los sem grande esforço. 

Afinal já tenho o suficiente para atender minhas necessidades, que estão longe de ser luxuosas, e ando bastante desiludido com a civilização atual e seus valores consumistas, que não quero que assombrem a vida que me resta, pois "caixão não tem gaveta". 

Mesmo assim, com a finalidade de prevenir o Alzheimer e manter minha mente em desenvolvimento pelas próximas décadas, vou buscar nesse post estruturar uma rotina básica (como tudo nesse blog) de trabalho focado.


Ritual


  • Onde trabalho e por quanto tempo 
      • - trabalho no meu "home-office" sozinho com a porta fechada (sem trinco) esperando não ser interrompido por minha mulher. Caso ela o faça, deve receber uma "carranca" como forma de gratidão. Creio que posso produzir por entre 60 a 90 minutos por dia desde que eu esteja interessado no assunto.
        • depois desse tempo, o ideal seria sair pra dar uma caminhada, sempre que possível.
      • eventualmente ainda consigo "produzir" em lugares aleatórios, como um trem ou uma fila de espera qualquer, desde que o assunto me envolva. Afinal se a leitura é boa, a privada se torna um "confessionário".
      • nunca tive grande apreço por bibliotecas ou salas de estudo. Trabalhar em casa é bem mais confortável.


  • Como trabalho depois de começar
      • Ainda que eu não tenha ume meta diária de páginas ou palavras escritas (bem que poderia ter), creio que os maiores ladrões de atenção atuais são a internet ( a tentação de navegar a esmo, os e-mails inúteis, as redes sociais viciantes) e o celular (com suas infinitas notificações dos assuntos inúteis já mencionados).
      • Claro que desligar o celular e/ou utilizar um notebook sem internet podem melhorar o quesito concentração nos tempos atuais.
      • quando não for o caso de assistir vídeo-aulas/palestras, musica ambiente me ajuda a esquecer barulhos externos sem perder o foco da leitura ou escrita. Recentemente descobri a música de Hiroshi Yoshimura, esse tiozinho sabia como compor temas relaxantes.


  • Como dou suporte a meu trabalho
      • diferente de muitos não tomo café para esse trabalho, pois já uso regularmente cafeína em cápsulas (inclusive misturado com extrato de guaraná) para musculação. Claro que as vezes uso parte do foco que essas drogas me deram quando treinei mais cedo no mesmo dia. Ando testando colina para aumentar a clareza mental. 
      • não faz sentido alterar os horários de minhas refeições para trabalhar mais ou comer mais pra trabalhar com mais prazer, pois as refeições que faço já estão presas a um plano de dieta de longo prazo. E passar fome, não passo.
      • uma das grandes vantagens de se trabalhar em casa é poder regular a temperatura e o vestuário que se usa: meu escritório caseiro tem ar condicionado e posso estudar de cuecas (pelado não vale pena, pois minhas bolas podem atrapalhar). 
      • Melhor: minha mulher é minha "secretária" e posso trepar com minha secretária sem medo de minha mulher descobrir.


Conclusão

Estabeleça seus rituais de trabalho, seja produtivo enquanto se esquece do mundo e descubra o prazer de trabalhar de modo focado nos seus temas de interesse.

Mantenha o foco.

Grande abraço!

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16 comentários:

  1. Pelo que já li você tem um bom emprego público, deve alcançar seus objetivos financeiros é só questão de tempo.
    Também sou servidor, só que do baixo escalão, tenho salário que considero razoável para minha realidade e acredito que dificilmente encontraria trabalho na iniciativa privada que me pagasse mais do que ganho.
    Mas assim como você descreveu não tenho mais "planos" relacionados ao meu trabalho, aqui em termos de aprendizado já ví tudo o que tinha pra ver, gostaria de fazer algumas atividades profissionais de forma diferente, mas não vou fazer porque dependo de outros e esses outros tão cagando e andando pra isso.
    Serviço público tem essa limitação, se você depende de outros servidores desinteressados você acaba sendo prejudicado e como os servidores FDPs jamais se exonerarão, não espero melhoras para o futuro.
    Fico pensando em alternativas fora do meu atual trabalho, gostaria de sair de lá, apesar de alguns pontos positivos que eu sei que existem, mas essas limitações, conviver com FDP está minando minha paciência, estou na fase de suportar o ambiente e não de me sentir feliz com ele.

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    1. cara, me afastei anos atrás de cargos comissionados pelo estresse sem sentido. me basta o salário

      tb troquei de cargo várias vezes e de lotação também sempre que sentia cheiro de confusão: tretas variadas, gente maluca, excesso de trabalho; pois minha saúde não tem preço

      hoje faço um trabalho burro e repetitivo com chance mínima de erro: prefiro isso ao que já vivi

      digo pra vc: pense em outros concursos, pense em comprar e vender imóveis ou mesmo construí-los para aluguel; pense em carteira de ativos diversificada ou montar seu negócio. as possibilidade são muitas pra quem tem disposição pra trabalhar, fora que vc já tem salário garantido

      abs!

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    2. "hoje faço um trabalho burro e repetitivo com chance mínima de erro"

      Estamos bem. A maioria faz o mesmo trabalho estéril a troco de salário baixo.

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  2. Rapaz, adorei este post e comecei a rir com o lance da "secretária". Mas não gostei só por isso. Aliás, gostei mesmo foi da descrição serena de sua rotina de trabalho. Para o bem e para o mal eu sempre fui mais pro lado do caos, pois os planejamentos que fiz foram simplesmente ignorados. Por isso mesmo admiro as pessoas metódicas e organizadas. Quanto ao comentário do anônimo eu posso dizer que os últimos onze anos de minha vida profissional foram passados em uma empresa pública que me fez odiar cada dia que trabalhei lá, mas era tarde para tentar outra coisa. Hoje eu tenho duas tristezas: não ter feito Economia e não ter sido classificado no Banco Central (mesmo que na época do concurso o salário inicial de analista fosse dois terços do que ganhava na iniciativa privada. Mas eu estaria bem mais tranquilo e menos inseguro que hoje estou).

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    1. me senti vc escrevendo a parte da secretaria
      arrependimento todos temos

      gostaria de ter começado a investir em ações quase uma década antes, ainda q comprando merreca

      acho que o melhor macete q ouvi pra lidar com essas coisas sem solução é se alegrar pelos aspectos positivos q temos na vida e esquecer os negativos tanto quanto possível

      abs!

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    2. Você tem razão, mas nem tudo se consegue esquecer. O escritor e médico Pedro Nava autor de uma maravilhosa obra calcada em suas memórias, em sua fantástica memória, teria dito algo como "Eu não tenho ódio, eu tenho memória". No meu caso, eu normalmente nem me lembro desses últimos onze anos, mas com alguma frquência tenho sonhos tristes sobre os melhores 12 anos (dos 14) em que trabalhei em uma empresa privada (construtora). Quanto às ações, eu sempre me senti atraído por esse tipo de investimento e cheguei mesmo a comprar algumas, mas "dura realidade" acabou fazendo com que eu me desfizesse de todas. Para finalizar, a "secretária" foi o toque inesperado de humor dentro do seu texto.

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    3. vc vem conseguindo exorcizar esses sonhos tristes por meio da escrita?

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  3. Não. Se não me engano, só escrevi sobre isso uma única vez, como parte de um conto "fictício" sobre alguém em uma terapia (não faço). E tenho esses pesadelos uma ou duas vezes por mês, no máximo. Acordo tristíssimo mas depois passa (mesmo assim é ruim, claro). Sonho que estou voltando para a empresa que processei (verdade) mas ela está quase vazia, sem ninguém (ela praticamnente não existe mais, mudou de dono ou coisa parecida) e as pessoas que conheci não interagem comigo, alguma coisa assim.

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    1. já pensou em mudar a narrativa?
      em vez de oprimido pelo sistema, se ver como um herói que suportou altas pressões psicológicas para obter o sustento da família por anos? algo como um estória de glória e superação para não enlouquecer quando muitos outros por serem mais fracos teria se quebrado mentalmente
      nessa narrativa, esses sonhos seriam cicatrizes honrosas de uma vitória da mente sobre a adversidade, celebrando o apogeu de seu autocontrole

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    2. Você é um sujeito generoso e solidário. E digo isso sinceramente. Mas nunca consegui me ver como herói. Para garantir o sustento de minha família e por insegurança pessoal mesmo, engoli muitos sapos pela vida afora. Mas hoje me pergunto se não fui eu mesmo um dos principais responsáveis por essas "refeições". E, serenamente,posso dizer que fui. Quanto às cicatrizes, eu as vejo mais como derrotas "da mente sobre a adversidade". Nossa diferença de idade talvez atrapalhe seu julgamento generoso. Espero que nunca sinta o que sinto hoje quando tiver a minha idade. Abraços e obrigado pelas sempre carinhosas palavras.

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    3. cara, tá tudo na mente
      mude sua visão de si mesmo
      a vida é uma só
      não adianta sofrer e não ganhar nada de bom com isso
      não importa os culpados
      importa sim viver bem até o fim :)

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  4. Olá, Scant.

    Bem legal este post, onde conhecemos um pouco sobre seu cotidiano funcional e seu problema com as próprias bolas quando está pelado.

    Realmente, acho bacana ler algo assim. É um tema dentro do assunto “organização”, o qual também me interessa, embora tenha relaxado mais nos últimos anos, especialmente após ser pai, pois a bagunça é tão grande que, ou você fica de boa, ou pira.

    Sobre o "caixão não tem gaveta", de fato. A noção de mortalidade foge à maioria. Mesmo assim, não há como fugir ao consumo. Sempre temos aquelas pequenas vaidades. O negócio, claro, é não engolido por isso. Podemos consumir, não sermos consumidos.

    O problema em não ser interrompido… Ao menos aí é só você e sua esposa. Imagine isso com criança. Me acostumei a trabalhar com minha filha assistindo aos programas dela do meu lado, ou jogando no celular. Isso quando ela não entra no meu “home” para se queixar da vida, reclamar dos “problemas” (crianças de seis anos teriam problemas; quais, não sei) ou fazer alguma exigência, quase sempre em relação à compra de algum aplicativo para celular ou brinquedos novos.

    Música ambiente é sempre bem vinda. Ajuda bastante a relaxar. Iria até fazer um post sobre isso, após escrever lá no blogue sobre ASMR. Sempre gostei de trilhas sonoras de cinema. E descobri as trilhas ambientes de jogos eletrônicos, as quais estou adorando para trabalhar.

    Abraços!

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  5. Olá, Scant.

    Muito bom. Você tem um horário determinado para começar e parar? O pessoal do meu órgão as vezes não tem noção e marcam reuniões ou pedem atividades fora do expediente.

    Eu estou trabalhando de casa e estou gostando. Espero entrar de vez no programa de teletrabalho está previsto para os próximos meses. Tenho mais tempo livre e estou fora do ambiente tóxico. E claro, do trânsito.

    Abraços!

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    1. valeu CI
      não tenho horário, mas pra aumentar a produtividade seria legal se tivesse
      esse ano não tive reuniões graças a Deus
      trabalhar em casa realmente dá muito mais qualidade de vida e pensar que tudo isso já era possível há mais de uma década

      abs!

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  6. Fala Scant!

    Seus posts são sempre muito interessantes.

    Eu também fiquei por uns seis meses no trabalho remoto, mas o local de trabalho atualmente está funcionando, então retornei para o presencial. Mas é um "presencial" que só tem eu na localidade, todos os outros colegas continuaram no teletrabalho, como atualmente estou em um cargo em comissão, não pude continuar trabalhando em casa. Mas está bem tranquilo aqui.

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    1. aqui na repartição está a mesma coisa, só que temos um rodízio e cada dia vai um servidor; salvo o chefe que é do grupo de risco

      "Mas está bem tranquilo aqui' - aqui parece um "cemitério" :)

      abs!

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