[Livro] O lado difícil das situações difíceis (2014)/ Ben Horowitz - parte 2


Valorizar mais a ausência de pontos fracos do que a presença de pontos fortes. Com a experiência, vamos percebendo que todos os funcionários da empresa (incluindo nós mesmos) têm falhas graves. Ninguém é perfeito. Por isso, é indispensável que você contrate uma pessoa por causa dos seus pontos fortes, não da ausência de pontos fracos. 

Todos têm pontos fracos. A única diferença é que, em algumas pessoas, eles sobressaem. Se você se preocupar com a ausência de pontos fracos, estará dando preferência aos candidatos simpáticos. Mas não deve fazer isso.
 

Todos os diretores executivos bons e experientes que conheço partilham uma importante característica: tendem a optar pela solução mais severa e implacável para os problemas da organização. Entre dar a todos o mesmo bônus para facilitar as coisas ou oferecer uma compensação muito maior a quem tem melhor desempenho e desagradar a muitos, eles preferem desagradar a muitos. 

Entre interromper hoje um projeto de que todos gostam, mas não se encaixa nos planos de longo prazo, ou manter o projeto para não abalar o moral dos funcionários e demonstrar coerência, eles cortam o projeto. Por quê? Porque já pagaram o preço das dívidas de gestão e preferem não cometer de novo os mesmos erros.
 

De acordo com Andy Grove, a ambição sadia é aquela que visa ao sucesso da empresa, sendo o sucesso do próprio executivo uma consequência do alcançado pela empresa. A ambição doentia é a ambição pelo sucesso pessoal independentemente do sucesso da empresa.
 

Para ter ideia clara de um padrão elevado, uma das melhores maneiras é entrevistar pessoas que trabalham bem na área. Descubra qual é o padrão delas e integre-o ao seu. Uma vez determinado um padrão alto, mas factível, submeta o seu executivo a esse padrão, mesmo que não tenha ideia de como ele poderá alcançá-lo.

 
Seguem algumas perguntas que a experiência me mostrou serem muito eficazes nas reuniões individuais: 
  • Se pudéssemos nos aperfeiçoar de algum modo, como poderíamos fazê-lo? 
  • Qual é o principal problema da nossa empresa? Por quê? 
  • Do que você não gosta no seu trabalho aqui? 
  • Quem está fazendo um ótimo serviço na empresa? 
  • Quem você mais admira? 
  • No meu lugar, que mudanças você implementaria na organização? 
  • Do que você não gosta no nosso produto? Q
  • ue grande oportunidade estamos perdendo? 
  • O que deveríamos estar fazendo e não estamos? 
  • Você gosta de trabalhar aqui?
 
Embora isso varie de acordo com a situação, lembre sempre que é mais fácil inserir gente nova em processos antigos do que processos novos em gente antiga.
 

Olhe para a pista, não para o muro. Quando aprendemos a dirigir um carro de corrida, uma das primeiras lições é que, ao fazer uma curva a 320 quilômetros por hora, não devemos olhar para o muro, mas para a pista. Se olharmos para o muro, colidiremos com ele. 

Se olharmos para a pista, seguiremos por ela. Administrar uma empresa também funciona assim. Sempre existem mil coisas que podem dar errado e fazer afundar o navio. Se você olhar demais para elas, vai enlouquecer e, provavelmente, afundar a empresa. Olhe para onde está indo, não para aquilo que quer evitar.
 
________________________________ continua...

8 comentários:

  1. bacanérrimo est texto, mas eu sempre tive medo de dizer o que pensava sobre as empresas. Aliás, só eu, não, mas a maioria das pessoas. Chefes inseguros ou ditatoriais odeiam ouvir críticas. Se algum chefe me perguntasse se gosto do que faço já ficaria com um pé atrás, com medo do pé na bunda. Talvez existam pessoas que conseguem ser independentes no trabalho, mas quem prcisa da grana para o sustnto da família provavelmente agirá de modo diferente. Tenho um primo que nasceu rico. Ainda muito novo foi admitido em uma empresa e ficou algum tempo sem saber o que fazer. Não teve dúvida, procurou o chefe e reclamou da situação. Hoje é sócio de uma empresa de projetos de engenharia. Mas sempre foi rico, nunca se se sentiu ameaçado pelo desemprego ou falta de grana, pois já tinha de sobra.

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    1. hoje existe a possibilidade de reclamar anonimamente por meio eletrônico
      no passado, daria um pouco mais de trabalho datilografar uma carta
      ser rico deve ser bom, ajuda em tudo na vida

      abs!

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  2. Olá, Scant!

    Se meter O Princípio Dilbert aí, azeda tudo.

    Abraços!

    P.s: só empreenda se algum dia você for amigo do Rei.

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    1. se eu fosse empreender, montava um negócio virtual e vendia pelo mercado livre ou, se fossem livros, pela estante virtual
      sempre como um negócio pequeno, sem empregados apenas para complementar renda

      Dilbert é um visionário

      abs!

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  3. Scant,

    "Valorizar mais a ausência de pontos fracos do que a presença de pontos fortes."
    Interessante. É algo a se pensar, principalmente por vivermos em uma sociedade que valoriza tanto o desenvolvimento dos pontos fortes, porém se esquece que é igualmente importante trabalhar para minimizar os pontos fracos.

    "Olhe para onde está indo, não para aquilo que quer evitar."
    Você disse tudo.

    Boa semana!
    Simplicidade e Harmonia

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    1. esse livro é bem legal
      foge do lugar comum em várias partes
      mesmo assim o próprio autor explica q só teve sucesso pq teve sorte
      sorte não é algo muito reproduzível, mas pelo menos ele foi sincero

      abs!

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  4. Texto legal, mas o mundo corporativo é fogo... disputa de egos, puxadas de tapete, medonde dizer a verdade ao chefe, chefes que não querem ouvir a verdade, etc.
    As tirinhas do Dilbert tem um lado verdadeiro bem forte.

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    1. adoro Dilbert
      a prática me parece caótica
      infelizmente egos atrapalham
      hoje em dia temos a opção de mandar mensagens eletrônicas anônimas, o que pode ajudar a conscientizar nossos chefes e preservar nossos empregos

      abs!

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Memento mori...carpe diem!