[Livro] Os Segredos dos Grandes Artistas (2017)/ Mason Currey - Parte 3



Sigmund Freud (1856–1939)
  • Freud levantava-se todos os dias às 7 horas, tomava café da manhã e tinha a barba aparada por um barbeiro que ia à sua casa diariamente. Em seguida, atendia pacientes para análise das 8 às 12 horas. A principal refeição do dia era servida pontualmente às 13 horas. Freud não era um gourmet – não gostava de vinho nem de frango, e preferia uma dieta de classe média, como carne cozida ou assada – mas gostava de comer, e o fazia concentrado, em silêncio.
  • Às 15 horas, dava consultas, que eram seguidas por mais pacientes de análise, muitas vezes até as 21 horas. Então, a família fazia a ceia e Freud jogava cartas com a cunhada ou dava um passeio com a esposa ou uma das filhas, às vezes parando em um café para ler os jornais. O restante da noite ficava em seu estúdio, lendo, escrevendo e executando tarefas editoriais para publicações dedicadas à psicanálise, até 1 hora ou mais tarde.
Gustav Mahler (1860–1911)
  • Acordava às 6 horas ou 6:30 e imediatamente chamava o cozinheiro para preparar seu café da manhã: café moído na hora, leite, pão, manteiga e geleia, que o cozinheiro levava até a cabana de pedra onde Mahler compunha, na floresta.
     
    Mahler trabalhava até o meio-dia, quando, então, voltava em silêncio para o seu quarto, trocava de roupa e ia até o lago para dar um mergulho.

     A refeição era, de acordo com a preferência de Mahler, leve, simples, bem cozida e com um mínimo de temperos. “Seu objetivo era satisfazer-se sem atiçar o apetite ou causar qualquer sensação de peso”, escreveu Alma, a quem a dieta parecia a “dieta de um inválido”. Gustav e Alma Mahler, perto de sua residência de verão, 1909 Após o almoço, Mahler arrastava Alma para uma caminhada de três ou quatro horas ao longo da beira do lago, fazendo paradas ocasionais para anotar ideias em seu caderno, contando o tempo no ar com o lápis.
  

Richard Strauss (1864–1949)


  •  Meu dia de trabalho é muito simples; eu me levanto às 8 horas, tomo um banho e o café da manhã – três ovos, chá, “Eingemachtes” (geleia caseira); então dou um passeio de meia hora pelo Nilo no palmeiral do hotel e trabalho das 10 horas até as 13 horas; a orquestração do primeiro ato avança devagar e sempre. Almoço às 13 horas. Após o almoço, leio meu Schopenhauer ou jogo Bezique com a Sra. Conze, apostando alguns trocados. Trabalho das 15 às 16 horas; tomo chá às 16 horas e depois saio para uma caminhada até as 18 horas,

Henri Matisse (1869–1954)
  • Há mais de 50 anos não paro de trabalhar por um instante. Fico sentado das 9 horas ao meio-dia. Daí almoço. Em seguida, tiro um cochilo e pego nos pincéis novamente às 14 horas, e trabalho até a noite.

Joan Miró (1893–1983)

  • Levantava-se às 6 horas, fazia sua higiene, tomava café e comia algumas fatias de pão. Às 7 horas, ia para o estúdio e trabalhava sem parar até o meio-dia, quando parava para fazer uma hora de exercícios vigorosos, como boxe ou corrida. Às 13 horas, se sentava para um almoço frugal, mas bem preparado, que arrematava com um café e três cigarros, nem mais nem menos. Em seguida, praticava sua “ioga do Mediterrâneo”, um cochilo de apenas cinco minutos. Às 14 horas, recebia a visita de um amigo, tratava de negócios ou escrevia cartas. Às 15 horas, voltava para o estúdio, onde ficava até a hora do jantar, às 20 horas. Após o jantar, lia um pouco ou ouvia música.


Gertrude Stein (1874–1946)

  • nunca conseguiu escrever muito além de meia hora por dia, mas acrescentou: “Se você escrever meia hora por dia, acaba escrevendo muito com o passar dos anos. Para ter certeza de que todos os dias, o dia todo, você fica esperando para escrever aquela meia hora por dia.”

Ernest Hemingway (1899–1961)

  •  Durante a vida adulta, Hemingway levantava-se cedo, às 5:30 ou 6 horas, despertado pelas primeiras luzes do dia.
     
    Escrevia em pé, de frente para uma estante na altura do peito, com uma máquina de escrever e uma lousa de madeira em cima ali apoiadas. Os primeiros esboços eram feitos a lápis em papel para datilografia, dispostos obliquamente pela lousa.
     
    Ele acompanhava sua produção diária de palavras em um gráfico
Henry Miller (1891–1980)

  • escrevia, trabalhando do café da manhã até o almoço. Tirava um cochilo e, em seguida, escrevia novamente durante a tarde e, às vezes, avançava pela noite. Quando foi envelhecendo, porém, descobriu que toda atividade realizada depois do meio-dia era desnecessária e até mesmo contraproducente.

F. Scott Fitzgerald (1896–1940)

  • acreditava que o álcool era essencial para seu processo de criação. (Ele preferia gim puro – o efeito era rápido e, segundo ele, difícil de ser percebido no hálito.)

William Faulkner (1897–1962)

  • “Escrevo quando o espírito me move”, Faulkner disse, “e o espírito me move todos os dias”.


 Continua...
  

4 comentários:

  1. Adoro esse tipo de informação! Uma vez eu li que um escritor (creio que brasileiro) tinha este método de trabalho: sentava-se em frente à máquina de escrever das oito ao meio dia, almoçava, fazia qualquer atividade e voltava às 14h00. Cumpria oito horas por dia diante da máquina, às vezes sem escrever nada. Segundo ele, sua profissão era escrever, tivesse ou não inspiração. Como bom "funcionário", cumpria à risca o horário de trabalho (só faltava marcar ponto). Aguardo a continuação. Abraços.

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    1. parece ser um bom método
      evita qq tipo de procrastinação
      espero que tenha sido profícuo
      uma hora edita a continuação, mas acho que não tem mais novidade
      existe um numero limitado de maneiras de fazer qq coisa de modo produtivo

      abs!

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  2. Olá, Scant.

    Estava esquecido dessas postagens.

    Grandes segredos deixando de ser segredos... E os coitados sequer podem se defender de algo que não proceda.

    O interessante é que Freud fazia tudo com um charuto na boca.

    Acho que Hemingway pegou Gertrude Stein em algum momento...

    Abraços!

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    1. não duvido

      Hemingway parece ter tido um vidão (https://www.terra.com.br/diversao/gente/ernest-hemingway-o-boemio-escritor-nasceu-ha-110-anos,9241e55c87a8a310VgnCLD200000bbcceb0aRCRD.html)

      taí uma personalidade singular e ainda foi forte o suficiente pra se resolver no final - realmente admirável

      abs!

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Memento mori...carpe diem!