[Hábitos] Arqueologia do Eu

 

Seja seu "Indiana Jones" pessoal


"Conhece-te a ti mesmo"



I - Intro 


Arqueologia 1. Ciência que estuda a história da humanidade, os costumes e a cultura de povos antigos através de seus monumentos, documentos e de objetos encontrados em escavações (aulete)


No mundo maluco em que vivemos, é muito fácil nos perdemos no redemoinho da vida e acredito que o principal referencial são experiências, pois nelas estão alocadas preferências, medos, fraquezas e outra informações essenciais. 


II - Cavando 


Para entendermos os que fizemos com nossas vidas não bastam as lembranças, nem sempre confiáveis, que o cérebro guarda. 

Precisamos de elementos objetivos: fotos, documentos, testemunhos de pessoas já adultas na época em éramos crianças.

Ex. 1: pelas minhas notas no meu boletim do primário  percebo que matemática/ não era meu forte e busco aprender um pouco mais de lógica ou matemática financeira para diminuir esse déficit, não por fetiche, mas porque o raciocínio lógico-matemático é útil no dia-a-dia;
Ex. 2: pelas fotos que tirei de mim mesmo percebo que nunca soube me vestir bem e até a metade adolescência era muito gordo. Já adulto, fiz um curso online sobre moda masculina para entender como me vestir melhor e há décadas pratico atividade física para cuidar da saúde e da estética: aprendi que vestuário, postura e composição corporal mantém uma relação próxima para fins estéticos e de saúde.
Ex. 3: certa vez, encontrei um caderno pessoal de minha mãe onde ela havia escrito sobre minha agressividade na infância (sempre fui casca grossa). Ao longo da vida aprendi a lidar e canalizar essa agressividade para o esporte (artes marciais) e para o estudo da religião (Cristianismo, Budismo etc) e da Filosofia e Literatura, de forma que essa energia seja aproveitada para ideais nobres. Claro, mesmo assim, continuo cometendo erros.

Nessa busca pode entrar quase tudo (fontes primárias), como:
 
  • cartas de amor, carteirinhas de academia, 
  • diplomas, certificados, 
  • diário pessoal, anotações pessoais seus ou de terceiros, 
  • trabalhos de escola, desenhos, rabiscos , 
  • fotos - inclusive de casas/ruas/bairros onde moramos; pois tudo vai mudando ao longo do tempo.


Obs.: "testemunhos de pessoas já adultas na época em éramos crianças" - esse é o mais complicado, porque as pessoas vão morrendo. Bom seria se pudéssemos entrevistar e gravar em vídeo (ou ao menos em áudio) a opinião de parentes e profissionais que passaram por nós (professores, médicos, etc)


III - Relembrando



Quando me sinto perdido, penso nos momentos de paz medito sobre como era minha rotina nessa época para entender quais fatores benéficos podem ser reproduzidos dentro das possibilidades atuais.

 Sempre levo em consideração a experiência, inclusive a teórica, sempre decompondo em "áreas da vida" (Corpo, Finanças, Mente etc) esses tais momentos. Assim posso melhorar, entre outros, minha dieta, minha rotina de trabalho, minha rotina de treinos, meu relacionamento pessoal com familiares.


IV - (Re) Descobertas



Dessa forma cheguei a conclusões simples sobre alguns dos meus fatores essenciais de equilíbrio e alegria:

  • Praticar esporte ou fazer academia (Corpo); Estudar/Aprender visando crescimento profissional e pessoal(Mente);
  • Seguir minha religião (Transcendência/Mente); Ter companhia de minha mulher ou, se não fosse ela, de outra bonita e legal (Família, Corpo, Sexo);
  • Trabalhar; (Social e Finanças) Ter Lazer/Hobbies, como ler, blogar, viajar, jogar, assistir filmes, desenhos etc. (Mente, etc).

Enfim, o básico de qualquer ser humano, mas com o diferença que já sei, no mundo real o que deu certo em cada área e também o que deu errado. Assim consegui manter um certo equilíbrio.


V - Conclusão 


A ideia do post não é encorajar a mera acumulação de qualquer material que mencione nosso nome, como uma nota fiscal comum sem apelo emocional (diferente seria uma nota fiscal de um bem muito desejado).

A ideia é guardar, preferencialmente de modo digital (use um scanner) e com vários backups, documentos originalmente físicos ou digitais que mostrem características de nossa personalidade, fases importantes de nosso desenvolvimento e outras atividades relevantes que envolveram nossa vida e usar tudo isso para se conhecer mais. Olhar para nós mesmos dessa forma (cercado de registros primários) deve valer mais a pena que ver 1000 documentários ou assistir 10.000 noticiários televisivos sobre notícias frívolas que serão invariavelmente esquecidas...

Enfim, a vida mais importante para ser refletida é a nossa.


Grande abraço!


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4 comentários:


  1. Fala, Scant.

    Cara, post bacana. Naquele post sobre scanner você tinha dito guardar documentos antigos, como boletins e até mesmo avaliações etc. A memória, deveras, nos engana. Já me vi enganado pela minha.

    Achei interessante isso do caderno de sua mãe. Tenho um colega de trabalho que me confessou ser uma péssima pessoa e que apenas com a religião ele conseguiu se tornar melhor.

    Curiosimente, na madrugada de ontem, estava falando com um amigo de faculdade (carioca, mas que foi morar na paraíba em razão do pai militar e acabou ficando por lá mesmo) sobre guardar itens do passado. Ele me disse que estava com todos os livros do ensino médio guardados, mas tinha jogado fora. No entanto, guardou muitas pequenas coisas, o que é positivo. Mas agora se lamenta pelos livros jogados.

    Se você vivesse em uma “uma felicidade eufórica” constante, nem aqui em frequentaria, pois você seria um psicopata perigosíssimo.

    Abraços!

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    1. " você seria um psicopata perigosíssimo." que absurdo, eu seria apenas mais um ministro supremo

      abs!

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  2. Cara, ótimo post.
    Também tenho essa nostalgia de olhar pra trás como forma de reencontrar aquele que já fui.
    Hoje, pratico escrever em diário. As vezes não tenho muito o que dizer e deixo em branco, mas tento anotar algo em dias que creio ter ocorrido algo legal.
    Misturo o diário com a agenda, de certa forma, para também me lembrar que a maioria dos dias são iguais, dias ordinários.
    Acho que perdemos um pouco dessa memorização do passado. Hoje ninguém guarda mais albuns, só posta fotos no instagram. Mas são tantas, a facilidade permitiu que o importante ficasse misturado e, por isso, largado. Gosto de olhar fotos antigas e me lembrar como eu era, como as casas eram, as pessoas, e tudo.
    Uma nostalgia do passado que aos olhos de hoje parecia fantástico;
    Abs!

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    1. obrigado por comentar
      acho engraçado as pessoas gastando dinheiro a rodo com entretenimento ruim enquanto que se essas pessoas documentassem pacientemente a própria vida teriam muito mais diversão de qualidade e gastando menos

      essa semana mesmo comentei um uma parente para comparar fotos de seus filhos com a mesma idade (um tem 4 anos, outro tem 10) para ver se o desenvolvimento estava igual (um é cheio de frescura para comer, o outro, mais novo, não)

      ela então disse que ia ver se a irmã dela tinha as fotos (essa irmã é minha mulher)

      caralho, a mulher não tem fotos organizadas nem dos próprios filhos! mas o marido torra dinheiro com videogames desde sempre... fora que fotos hoje são "gratuitas", via celular

      pobre é muito desorganizado

      abs!

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