[Livro] A Guerra da Arte (2005)/ Steven Pressfield


Introdução


Nosso eu é nosso maior adversário e o pior é que ele é normalmente invisível.

Esse livro mostra como devemos lutar contra nós mesmos e ganhar com isso.

Conselhos Úteis


Qualquer ato que rejeite a gratificação imediata em favor do crescimento, da saúde ou da integridade de longo prazo. Ou, expresso de outra forma, qualquer ato que se origine de nossa natureza superior e não inferior. Qualquer um desses evocará Resistência.

A Resistência surge em nosso interior. Tem geração própria e perpetua-se por si mesma. A Resistência é o inimigo interno.

Princípio básico: quanto mais importante uma vocação ou ação for para a evolução de nossa alma, mais Resistência sentiremos em persegui-la.

O perigo é maior quando a linha de chegada está à vista. Nesse ponto, a Resistência sabe que estamos prestes a vencê-la. Ela acende a luz vermelha. Ela organiza um último ataque e nos golpeia com todas as forças.

Em geral, amigos próximos ou casais, até mesmo famílias inteiras, deixam-se levar em tácitos acordos pelos quais cada indivíduo compromete-se (inconscientemente) a se manter atolado no mesmo lamaçal em que ele e seus colegas passaram a se sentir tão confortáveis. A mais alta traição que um caranguejo pode cometer é saltar para a borda do balde.

Às vezes, a Resistência assume a forma de sexo ou de uma preocupação obsessiva com sexo. Por que sexo? Porque o sexo proporciona uma gratificação forte e imediata. Quando alguém dorme conosco, sentimo-nos sancionados e aprovados, até mesmo amados. A Resistência diverte-se com isso.

Sabe que nos distraiu com um suborno fácil e barato e nos impediu de fazer nosso trabalho.

Obviamente, nem todo sexo é uma manifestação de Resistência. Em minha experiência, você pode saber pela intensidade do sentimento de vazio que sente depois. Quanto mais vazio você se sente, mais certeza pode ter de que sua verdadeira motivação não foi amor, nem mesmo luxúria, mas Resistência.

Não é preciso dizer que este princípio se aplica a drogas, compras compulsivas, masturbação, TV. bisbilhotice, álcool e consumo de todo produto que contém gordura, açúcar, sal ou chocolate.

Estamos fazendo exatamente o que os comerciais de TV e a cultura pop materialista nos induzem a fazer pela lavagem cerebral a que somos submetidos desde o nascimento. Ao invés de aplicar o autoconhecimento, a autodisciplina, a gratificação protelada e o trabalho árduo, nós simplesmente consumimos um produto.

Fazer-se de vítima é a antítese de realizar o seu trabalho. Não o faça. Se estiver agindo assim, pare agora.

O que a torna enganadora é que vivemos em uma cultura de consumo, que é extremamente cônscia dessa infelicidade e que concentra toda uma artilharia de perseguição do lucro na sua exploração. Vendendo-nos um produto, um remédio, uma distração.

Estamos unidos de forma tribal, condicionados a agir como parte de um grupo. Nossas psiques foram programadas por milhões de anos de evolução do caçador-coletor. Conhecemos o clã: sabemos como nos inserir no bando e na tribo. O que não sabemos é como viver sozinhos. Não sabemos ser indivíduos livres.

Talvez a humanidade não esteja preparada para a liberdade. O ar de liberdade pode ser rarefeito demais para a nossa respiração. Certamente, eu não estaria escrevendo este livro, sobre este assunto, se viver com liberdade fosse fácil. O paradoxo parece ser como Sócrates demonstrou há muito tempo que o indivíduo realmente livre somente o é até o ponto de seu próprio autodomínio. Enquanto que aqueles que não governam a si mesmos estão condenados a encontrar senhores que os governem.

O contrário de amor não é ódio; ê indiferença. Quanto mais Resistência você sentir, mais importante a arte/projeto/empreendimento é para você - e mais gratificação sentirá quando finalmente a realizar.


continua...


6 comentários:

  1. Discordo quanto a Schwarzenegger. Penso que ele se afundaria de vez no uísque e nos charutos. :-)

    O pensamento de controlar a si mesmo, inclusive, é basilar em quase todas as religiões. O auto controle, seja por temor a Deus, para se chegar ao Paraíso ou apenas para ser, realmente, alguém melhor.

    Abraços!!!

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    1. " se afundaria de vez no uísque e nos charutos. :-)" - concordo. Schwarzenegger já tá no final da carreira e bem ferrado pela idade
      o autor fala dele no auge, por isso o exemplo
      "auto controle" - é o verdadeiro santo graal

      abs!

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  2. "Buscar o apoio da família e dos amigos é como reunir as pessoas em volta de seu leito de morte. É bom, mas quando o navio parte, tudo que podem fazer é ficar no porto acenando adeus."

    bela e assustadora metáfora.

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    1. bate no fundo na mente
      acho que é verdade mesmo

      abs!

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  3. Fantástico Scant!

    A única frase que adidionaria no resumo é : "O profissional se cala. Não fala sobre isso. Apenas realiza seu trabalho".

    Foda demais esse livro.

    Obrigado por compartilhar os conhecimentos.

    É isso.

    Abraços da ZL.

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    1. "Obrigado por compartilhar os conhecimentos." obrigado por compartilhar sua rotina. é bem inspiradora

      abs!

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Memento mori...carpe diem!