[Livro] Os Segredos dos Grandes Artistas (2017)/ Mason Currey - Parte 2



Søren Kierkegaard (1813–1855)
  •  Kierkegaard tinha sua maneira bastante peculiar de beber café: Com enorme prazer, pegava o saco de açúcar e vertia o açúcar para dentro da xícara de café até que estivesse amontoado até a borda. Em seguida, despejava o fortíssimo café preto, que lentamente dissolvia a pirâmide branca. O processo mal estava concluído antes de o estimulante viscoso desaparecer no estômago do mestre, onde se incorporava ao xerez para produzir energia adicional que se infiltrava em seu cérebro fervente e borbulhante
  • Normalmente, escrevia no período da manhã, partia em uma longa caminhada por Copenhague ao meio-dia e retomava seus escritos no restante do dia, avançando na noite. Durante as caminhadas, tinha suas melhores ideias e, às vezes, tinha tanta pressa para registrá-las que, ao voltar para casa, escrevia de pé parado em frente à sua mesa, ainda de chapéu e segurando sua bengala ou guarda-chuva. Kierkegaard

Voltaire (1694–1778)
  •  passava a manhã na cama, lendo e ditando novos textos para um de seus secretários. Ao meio-dia, se levantava e se vestia. Em seguida, recebia visitas. Se não houvesse nenhuma, continuava a trabalhar, consumindo café e chocolate para se nutrir. (Ele não almoçava.) Entre as 14 e as 16 horas, Voltaire e seu secretário principal, Jean-Louis Wagnière, saíam de carruagem para inspecionar a propriedade. Depois, trabalhava novamente até as 20 horas, quando se reunia com a sobrinha viúva (e amante de longa data) Madame Denis e outros convidados para o jantar. 
  • Mas seu dia de trabalho não terminava aí: Voltaire muitas vezes continuava a ditar textos depois da ceia, noite adentro. Wagnière estima que, ao todo, eles trabalhassem de 18 a 20 horas por dia. Para Voltaire, era um arranjo perfeito.  

Benjamin Franklin (1706–1790)

  •  Achei muito mais agradável à minha constituição banhar-me em outro elemento, e quero dizer o ar frio. Com esse propósito, eu me levanto cedo quase todas as manhãs, e sento-me no meu quarto sem roupa alguma, por meia hora ou uma hora, de acordo com a estação do ano, e leio ou escrevo. Essa prática não é nem um pouco dolorosa; ao contrário, é bem agradável. Se eu volto para a cama mais tarde, antes de me vestir, como às vezes acontece, complemento o descanso da noite, dormindo uma ou duas horas do sono mais agradável que alguém possa imaginar.

Anthony Trollope (1815–1882)
  •  Eu costumava sentar-me para trabalhar todos os dias às 5:30;
  • três horas por dia produzem tanto quanto um homem deve        escrever. Mas, para isso, deve ter treinado a si mesmo para ser capaz de trabalhar continuamente durante essas três horas – orientando sua mente para que não seja necessário sentar-se e ficar mordiscando a caneta, e olhando para a parede à sua frente, até encontrar as palavras com que deseja expressar suas ideias.
  • Eu sempre começava a tarefa lendo o trabalho do dia anterior, uma operação que levava meia hora, e que consistia principalmente na ponderação do som das palavras e frases em meu ouvido...


Jane Austen (1775–1817)

  •  Austen nunca viveu sozinha e tinha pouca expectativa de encontrar solitude em sua vida diária.
  • Austen escrevia na sala de estar, “sujeita a todo o tipo de interrupções ocasionais”, lembrou seu sobrinho.


Frédéric Chopin (1810–1849)

  •  Ele se fechava em seu quarto por dias inteiros, chorando, andando, quebrando suas canetas, repetindo e alterando um compasso centenas de vezes, escrevendo-o e apagando-o outras tantas, e recomeçando no dia seguinte com uma perseverança ínfima e desesperada. Levava seis semanas para terminar de escrever uma única página, desde o instante em que fizera sua primeira anotação até concluí-la.

Gustave Flaubert (1821–1880)

  •  A fim de se concentrar na tarefa, Flaubert definiu uma rotina rígida que lhe permitia escrever por várias horas à noite – ele se distraía facilmente com os ruídos durante o dia – enquanto também atendia a algumas obrigações familiares básicas. (Na casa de Croisset, havia, além do autor e de sua mãe-coruja, a sobrinha de Flaubert de 5 anos, Caroline, a governanta inglesa da menina e, frequentemente, o tio de Flaubert.)

Henri de Toulouse-Lautrec (1864–1901)

  •  Toulouse-Lautrec fazia seu melhor trabalho criativo à noite, quando desenhava esboços em cabarés ou montava seu cavalete em bordéis.
  • Depois de uma longa noite de desenhos e bebedeira, costumava acordar cedo para imprimir litografias, em seguida, ir a um café para o almoço, regado a generosas quantidades de vinho.

Thomas Mann (1875–1955)

  • Mann estava sempre desperto às 8 horas. Depois de sair da cama, bebia uma xícara de café com a esposa, tomava um banho e se vestia. O café da manhã, novamente tomado com a esposa, era às 8:30. Em seguida, às 9 horas, Mann fechava a porta de seu estúdio, tornando-se inacessível a visitas, telefonemas ou à sua família. As crianças estavam terminantemente proibidas de fazer qualquer ruído entre as 9 horas e o meio-dia, as horas escolhidas por Mann para escrever.

Karl Marx (1818–1883)

  • Seu estilo de vida consistia em visitas diárias à sala de leitura do Museu Britânico, onde normalmente ficava das 9 horas até seu fechamento, às 19 horas. Em seguida, se dedicava a longas horas de trabalho à noite, quando fumava incessantemente. O cigarro, que era um luxo, passou a ser um bálsamo indispensável. Isso afetou sua saúde de forma permanente e passou a ser vítima frequente de uma doença do fígado, por vezes acompanhada de furúnculos e inflamação nos olhos, que interferiam em seu trabalho, deixavam-no exausto e irritado, e atrapalhavam seu meio incerto de subsistência.




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