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27 outubro, 2025

[Curso] Esto Vir: Seja Homem (2025)

 



Intro


Neste curso, Padre Paulo Ricardo explica o que é realmente a masculinidade e como construí-la por meio de um processo educacional alicerçado nas virtudes.


Trechos

Davi: as virtudes e as fraquezas de um homem de Deus

Essa história de Davi, que é também a de tantos outros varões, mostra-nos que o homem pode ser comparado com um computador: o hardware é o corpo com tudo o que lhe é próprio; já o software pode ser ou a virtude de um Davi, que matou a Golias mas poupou a Saul, ou o vício de um Davi, que assassinou a Urias para se deitar com Betsabéia. Hoje em dia, é comum pensarmos que para ser homem é necessário investir no hardware, isto é, na aparência física. Mas a virilidade não é só nem principalmente macheza; é antes de tudo virtude, como as do franzino Davi, que, se por fora pouco prometia de si, era contudo homem o bastante para matar um gigante. 

O que é ser homem?

Pois bem, se a masculinidade é um dado biológico, a virilidade é um fenômeno moral intimamente ligado, como o próprio nome o indica, à virtude ética. Exemplo dela são o Sgt. Robert Huff e o Cb. Patrick O’Rourke, que resgataram uma criança afegã de uma enchente no dia 28 de julho de 2010. Nesse caso, virilidade implica autocontrole e consciência; coragem e destemido cumprimento do dever diante da adversidade; firme determinação de fazer o que é certo, sobretudo porque é agradável a Deus, sem levar em conta respeitos humanos, convivência ou popularidade; e adesão firme a princípios e convicções religiosas. Numa palavra, é o caráter do cristão honesto.

Masculinidade: dado natural ou construto social?

Numa palavra, a masculinidade pede a paternidade. O próprio corpo o evidencia. Afinal, os órgãos sexuais masculinos servem para fazer do homem pai. O problema é que desconectamos de tal modo o sexo da procriação, que já não entendemos o que significa ser homem.


O mercado de trabalho e o adoecimento moral dos homens


a Revolução Industrial provocou grandes ondas de êxodo rural. Por questões de mercado, os bens agrícolas precisavam ser produzidos ou manufaturados em grande escala. O pequeno produtor tornou-se inviável, de modo que a população rural acabou migrando para a cidade em busca de emprego, geralmente nas fábricas. Isso levou ao surgimento da família com pai ausente. Até então, a regra era que a família tivesse o pai em casa. Ele fazia as refeições com os filhos e os via crescer, servia-lhes de modelo e, se não as impedia de todo, ao menos dificultava que houvesse crises de masculinidade. Afinal, dentro da família, todo o mundo sabia o que competia ao pai e o que incumbia à mãe.

A diferença hormonal

Limitemo-nos por ora à parte hormonal. Onde estão as diferenças entre homem e mulher? Antes de tudo, o ciclo menstrual. O homem também tem um ciclo. Ele nasce, cresce, envelhece e morre. É um ciclo enorme, que se estende por toda a vida. As mulheres têm um ciclo que se renova a cada mês.

A diferença cerebral

O Dr. Baron-Cohen, que também é especialista em autismo, fez um mapeamento do quociente de sistematização e do quociente de empatia. A investigação pôs em evidência que as mulheres tendem à empatia muito mais do que os homens, concentrados em grande parte no eixo da sistematização, ao qual os autistas, por sua vez, pertencem quase exclusivamente, muito além dos outros homens.

O projeto de Deus para o homem

Há mais, porém. O corpo do homem, desde o momento em que alcança a maturidade sexual, é o corpo de um pai em potencial. A paternidade está como que inscrita no corpo masculino como uma possibilidade à espera de realização, senão física, ao menos espiritual; mas, em todo caso, é sempre um corpo de alguém chamado a ser pai de alguma maneira.


O papel indispensável da paternidade

 deve-se reconhecer que “a paternidade é culturalmente flexível, mas é biologicamente significativa”. Que a paternidade seja culturalmente flexível quer dizer que ela se pode manifestar de um jeito entre os cristãos, de outro entre os muçulmanos, de um jeito entre os americanos, de outro entre os brasileiros, de um jeito entre as tribos africanas, de outro em Nova York; mas todas as vezes que a paternidade se manifesta, ela se manifesta como algo que dá firmeza à vida emocional da criança.

A paternidade como um serviço à família

O pai tem o dever, por exemplo, de garantir um ambiente casto dentro de casa. A família deve ser uma ilha de pureza na qual a menina tenha a tranquilidade de ir de pijama até a cozinha sem medo de olhares indiscretos e maldosos. A filha deve saber-se protegida e respeitada, e quem o propicia é a lei, fechando as portas a tudo o que fere a castidade. Um pai sem autodomínio priva a família do principal dom que lhe poderia oferecer, pois só quem é dono de si mesmo é capaz de se doar aos demais.


As virtudes que constroem a paternidade

Uma vez que o jovem, mais amadurecido, fez a escolha quer para o matrimônio quer para o celibato, é chegado o momento de ser verdadeiramente um líder. E o que é a verdadeira liderança? É ter a humildade de servir a todos com magnanimidade, fazendo que os outros participem dos seus próprios sonhos, grandes e generosos.



Conclusão

Recomendo.

abs!

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Referências bibliográficas

  • Simon Baron-Cohen, Diferença essencial: A verdade sobre o cérebro de homens e mulheres. Rio de Janeiro: Objetiva, 2004.

  • Louann Brizendine, The Male Brain: a Breakthrough Understanding of How Men and Boys Think. Pittsburgh: Three Rivers Press, 2011.

  • David H. Delaney, Viri Dignitatem: Personhood, Masculinity, and Fatherhood in the Thought of John Paul II. Steubenville: Emmaus Academic, 2023.

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  • Alexandre Havard, Virtudes e liderança. Trad. de Élcio Carillo. 4. ed. São Paulo: Quadrante, 2016.

  • São João Paulo II, Teologia do Corpo: o amor humano no plano divino. Campinas: Ecclesiae, 2014.

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  • Nancy R. Percy, The Toxic War on Masculinity: How Christianity Reconciles the Sexes. Ada: Baker Books, 2023.

  • Gina Rippon, Gênero e os nossos cérebros: Como a neurociência acabou com o mito de um cérebro feminino ou masculino. Rio de Janeiro: Rocco, 2021.

  • E. Anthony Rotundo, American Manhood: Transformations in Masculinity from the Revolution to the Modern Era. Nova York: Basic Books, 1993.

  • Christopher West, A teologia do corpo explicada. São Paulo: Cultor de Livros, 2025.

  • Congregação para a Educação Católica, Homem e Mulher os criou. São Paulo: Paulinas, 2019.

  • Pontificium Consilium pro Laicis, Woman and Man: The humanum in its entirety. Roma: Libreria Editrice Vaticana, 2010.

  • Srikanth Ryali, Yuan Zhang, Carlo de los Angeles, Kaustubh Supekar, and Vinod Menon, Deep learning models reveal replicable, generalizable, and behaviorally relevant sex differences in human functional brain organization.

  • Jeffrey W. Lockhart , Agustín Fuentes, Gina Rippon, and Lise Eliot, Not so binary or generalizable: Brain sex differences with artificial neural networks.

  • Srikanth Ryali, Yuan Zhang, Carlo de los Angeles, Kaustubh Supekar, and Vinod Menon,  Reply to Lockhart et al.: Advancing the understanding of sex differences in functional brain organization with innovative AI tools.


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