[Doc] Master of the Universe (2013)




Um ex-executivo do setor bancário privado da Alemanha, Rainer Voss, que entrou no negócio com o advento dos modernos sistemas de computadores, lembra seus anos de trabalho em algumas das principais empresas bancárias do mundo. 

Voss, que chegou a ganhar mais de 100 mil dólares por mês, explica que sua vida era totalmente voltada ao trabalho e metade dos dias úteis do ano eram passados fora de casa, atendendo compromissos profissionais, muitas vezes em viagens internacionais.

Rainer menciona o quão fora da realidade ele viveu e como era a pressão por resultados: ele simplesmente não conseguia enxergar as consequências nos processos sociais das decisões que tomava (ele vivia em uma seletiva bolha que apenas envolvia colegas de trabalho, suas famílias, clientes e hábitos em comum). Além disso, era normal dormir no trabalho para cumprir prazos urgentes.

Ele explica um pouco da insanidade do mercado financeiro intencional, onde bancos especulam contra Estados e ainda ganham milhões ou bilhões em lucro com isso, em detrimento desses países e de seus cidadãos.

Infelizmente, por questões legais, ele não pode falar demais e nem ser específico sobre certas questões do seu passado, mas é claro que a postura anti-ética do mercado financeiro em assumir riscos absurdos é recompensada com lucros exorbitantes e ajuda governamental em caso de possível falência.

Voss, teve sorte de pegar o início da computadorização do setor financeiro: hoje ele vive de economias do tempo de alto executivo: sim ele atingiu a IF há muito tempo, pois nesse setor ninguém trabalha até se aposentar, mas é comum a empresa pagar cinco anos de salários antes da demissão. 

Atualmente, cada vez menos pessoas e cada vez mais inteligência artificial administra transações: é comum que bancos comprem participações em empresas por apenas 22 segundos com a finalidade de obter lucros astronômicos com apenas algumas casas depois da vírgula.

O filme apresenta um visual sóbrio e uma narrativa simples, mas eficiente em mostrar porque as crises acontecem: pouca gente lucra, mas o lucro é muito alto. E não há qualquer ingenuidade dos atores profissionais desse campo.

Recomendado.

Grande abraço!

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