Introdução
"No início da era cristã havia um diretor da biblioteca de Alexandria chamado Trazilo, e este Trazilo dividiu todos os diálogos platônicos em tetralogias, em grupos de quatro. A primeira tetralogia é esta que eu acabei de descrever pra vocês: Eutífron, Apologia de Sócrates, Críto e Fédon. Sendo que Fédon, de longe, é o mais complexo e extraordinário. Porque tem toda a filosofia platônica dentro de si" (Monir)
Mais uma grande palestra sobre um grande livro.
Fédon é um dos grandes diálogos de Platão de seu período médio, juntamente com a A República e O Banquete. Fédon, que retrata a morte de Sócrates, também é o quarto e último diálogo de Platão a detalhar os últimos dias do filósofo depois das obras Eutífron, Apologia de Sócrates e Críton. (Wikipédia)
Trecho Destacado
A verdade é que Sócrates era uma espécie de pobretão. Era filho de uma parteira chamada Feronete e de um escultor de pedras, não escultor no sentido artístico da palavra, mas no sentido de pedra de cantaria. Sendo filho desse casal, Sócrates não se tornou nunca na vida uma pessoa de posses.
Passou a vida toda mais ou menos descumprindo as suas obrigações familiares de pai de família. Essa é a verdade. Sócrates só pensava numa única coisa, que era se levantar e ir para a praça pública, a ágora, em Atenas, onde passava o dia inteiro conversando com pessoas, quaisquer que se candidatassem a falar com ele, com o objetivo de, por meio dessa conversa, consertar a cabeça daquele com quem ele estava falando. Essencialmente é o que há aí: Sócrates achava que a sua missão sobre esta terra era ajudar os outros a desembarcarem das auto ilusões, dos enganos, das confusões que se faz nesse mundo das ideias
Podos é pé em grego e o a é a partícula de negação. Portanto, o diálogo socrático quase sempre acaba numa situação em que ninguém consegue ir pra frente. Isso porque Sócrates não vai dar a resposta – e ele nunca quis dar resposta nenhuma. O que ele queria fazer apenas é que aquela pessoa que estava discursando e falando tivesse consciência de que ela não tinha a menor ideia do que estava falando
Destino das Almas Após a Morte (Segundo o Fédon)
- Cometeram faltas inaceitáveis.
- (“roubos de templos, repetidos e graves, homicídios iníquos e contra a lei”).
- Lançadas para sempre no Tártaro.
- Cometeram crimes graves. (“violência contra pai e mãe e homicídios”) num
- momento de cólera e se arrependeram.
- Lançadas no Tártaro e depois de um ano atiradas no rio Cocito (homicidas) e no rio Piriflegetonte (violentos contra pai e mãe), de onde podem passar para o lago Aquerúsia, se perdoadas por suas vítimas.
- Cometeram faltas sanáveis.
- Transportadas pelo rio Aqueronte, passam a residir no lago Aquerúsia onde se purificam pelo tempo “marcado pelo destino” e renascem como animais (e até como seres humanos, caso das melhores).
- Destino da Maioria das Almas
- Atravessaram a vida com pureza e moderação.
- Vivem na terra, mas as purificadas pela filosofia são instaladas em lugares boníssimos.
"Não há nenhum outro diálogo platônico em que ele tenha ido tão a fundo na descrição da teoria das formas como nesse aqui. Portanto, é a referência mais íntegra de todas. Sugiro muitíssimo que vocês leiam essa obra inteira. Porque o resumo que é feito aqui não consegue obviamente dar a dimensão verdadeira do conteúdo da obra."
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- https://www.monir.com.br/index.php/11-jose-monir-nasser/32-listagem-de-arquivos-de-aulas
- https://www.sesipr.org.br/cultura/literatura/novas-expedicoes-pelo-mundo-da-cultura-1-27853-367455.shtml
- Fontes: Nunes, Carlos Alberto. Marginalia Platônica. Belém: Editora Universitária de UFPA, 1973. Platão. Fedão. Belém: Editora Universitária de UFPA, 2002