06 outubro, 2021

[Livro] Minimalismo Digital (2019)

 



Faça Caminhadas

 Uso essas caminhadas para vários propósitos. As atividades mais comuns incluem tentar progredir em um problema profissional (como uma prova de matemática para meu trabalho como cientista da computação ou um esboço de capítulo para um livro) e refletir sobre algum aspecto particular da minha vida que eu ache que precise de mais atenção. 

Às vezes, faço o que chamo de “passeios de gratidão”, nos quais desfruto de um clima particularmente bom, deparo-me com um bairro de que gosto ou, se estiver passando por uma fase ocupada ou estressante, busco um sentimento de expectativa por tempos melhores. Às vezes, começo a andar com a intenção de abordar um desses objetivos e logo descubro que minha mente tem outras ideias sobre o que realmente precisa de atenção. 

Nessas circunstâncias, adio minhas inclinações cognitivas e lembro-me do quanto seria difícil captar esses sinais em meio ao ruído que domina a ausência de solidão. Em suma, eu ficaria perdido sem minhas caminhadas, porque se tornaram uma das minhas melhores fontes de solidão. Essa prática propõe que você encontre benefícios semelhantes passando mais tempo sozinho caminhando. Os detalhes dessa prática são simples: regularmente, faça longas caminhadas, de preferência por algum lugar pitoresco. Faça esses passeios sozinho, o que significa também, se possível, sem seu smartphone.





Passe um tempo Sozinho

 O pianista Glenn Gould certa vez propôs uma fórmula matemática para esse ciclo, dizendo a um jornalista: “Sempre tive uma espécie de intuição de que, para cada hora que passa com outros seres humanos, você simplesmente precisa de algumas horas sozinho. 

Agora, quantas horas seriam necessárias não sei… mas é uma proporção substancial.” É exatamente essa alternância entre o tempo com seus pensamentos e a conexão regular que proponho como o segredo para evitar a privação de solidão em uma cultura que exige conexão. 

Como o exemplo de Thoreau enfatiza, não há nada de errado com a conectividade, mas, se você não a equilibrar com doses regulares de solidão, seus benefícios diminuirão.


Seja um minimalista digital

 Minimalismo Digital Uma filosofia de uso da tecnologia em que o período online é dedicado a uma pequena quantidade de atividades cuidadosamente selecionadas e otimizadas de maneira que satisfaçam objetivos predeterminados e dispensem todo o resto do conteúdo. Os chamados minimalistas

 os minimalistas não se preocupam em perder pequenas coisas; o que os preocupa é abrir mão de coisas que eles já sabem que tornam sua vida melhor.

 

 três princípios básicos a seguir: 

1º Princípio: A bagunça custa caro.

 Os minimalistas digitais percebem que muitos dispositivos, aplicativos e serviços desviam nosso tempo e atenção e têm um custo negativo que neutraliza os pequenos benefícios que cada um provê isoladamente. 

2º Princípio: A otimização é importante.

 Os minimalistas digitais acreditam que optar por uma tecnologia que respalde algum de seus valores é apenas o primeiro passo. Para extrair todos os seus benefícios potenciais é necessário pensar em como utilizarão a tecnologia. 

3º Princípio: A consciência gera satisfação. 

Os minimalistas digitais satisfazem-se com seu compromisso de serem conscientes em relação a como usam as novas tecnologias. Essa fonte de satisfação é independente das decisões específicas que tomam e uma das maiores razões pelas quais o minimalismo tende a ser imensamente significativo.


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4 comentários:

  1. Interessante!! Gosto da ideia, minha maior dificuldade é fazer esse filtro: o que é essencial e o que não é.... Estranhamente, as coisas que não são essenciais se parecem absolutamente necessárias para o "eu". As vezes, a reflexão antes, para dizer não e usar a tal da via negativa pode ser muito saudável, pois, depois de iniciada e acostumada, é difícil se separar de uma atividade que se tornou cotidiana.

    Em tempo, nunca consegui resolver nada enquanto caminhava. Sempre tive essa doce ilusão de que grandes ideias e pensamentos me ocorreriam ao caminhar. Na verdade ocorria o oposto, pra mim.
    Em dias em que estava triste caminhava remoendo a dor, em dias em que estava contente caminhava refletindo sobre a doçura da vida feliz e como minha vida ideal seria dentro daquela felicidade.
    As vezes só corria, ouvindo os passos e não pensando em nada. Por incrível que pareça, refletindo, acho que esses foram os melhores dias de caminhada que tive, os dias de silêncio comigo mesmo, quando parecia que havia atingido algo próximo da paz interior.

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    1. sobre caminhada, na pior das hipóteses foi um cardio, o que faz bem por si só

      é tipo aquele ditado sobre praia: é melhor um dia ruim na praia do que uma dia bom no escritório...

      é melhor uma caminhada ruim do que não caminhar, hehe

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  2. Scant,

    Muito bom!

    A bagunça realmente custa caro. Além disso, acumulação digital está cada vez mais presente. Que o digam os hds com capacidade cada vez maior.

    Não precisamos de tantos objetos em nossas casas, de tantos aplicativos, de tantas fotos parecidas como nos ensinaram.

    Quando puder, atualize meu blog em seu blogroll. Aparece como última atualização há 10 meses. Pode ter sido pela mudança de plataforma.

    Um bom final de semana,
    Simplicidade e Harmonia

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    1. dei uma atualizada agora
      obrigado por comentar

      "acumulação digital está cada vez mais presente. Que o digam os hds com capacidade cada vez maior."


      bem, depende

      imagine um fotografo profissional. no mínimo ele vai ter tres hds para trabalho no dia a dia. e provavelmente ele poderá ter até algumas dezenas a depender do formato de arquivos que utilizar

      uma pessoa comum, teria pelo menos dois hds. o segundo seria de backup. e se essa pessoa fosse preveniada, teria um terceiro (backup do backup).

      outro exemplo seria do cinéfilo amador que facilmente acumularia hds de informação com sua coleção de filmes em alta resolução

      o tamanho do hd varia, mas na prática não há grande diferença de preço hoje de 500gb para um de 1tb

      "Não precisamos de tantos objetos em nossas casas"

      depende da pessoa,

      se a pessoa tiver um biblioteca, naturalmente terá dezenas de livros (cada livro é um objeto)

      se a pesssoa tiver uma cozinha grande e gostar de cozinhar, naturalmente acumulará dezenas de utensílios (cada um é um objeto)

      se a pessoa gostar de fazer pequenos consertos em casa e tiver uma pequena oficina, facilmente acumulará dezenas de ferramentas e centenas de coisas pequenas (pregos, parafusos, porcas etc)

      enfim, acho natural que a maioria das pessoas, que não é Nõmade digital ou amante do minimalismo, acumule objetos aos milhares em casa. faz parte da vida.

      o final da vida, vamos passar mal (morte com ou sem doença) e tudo vai ficar por aí para que parentes usem, joguem fora ou façam doações/vendas.

      abs!

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