Os Limites do Colecionismo







Foto: blogue do shige




Introdução 





Colecionar pode ser um prazer para quase todo mundo, pois - de tampas de garrafa a carros de luxo - tudo pode ser objeto de coleção.






Creio que o difere uma coleção de uma compulsão é a obediência de limites criados pelo colecionador e em harmonia com seu estilo de vida/personalidade. Um alcoólatra não deveria colecionar vinhos...



Se obedecermos a parâmetros racionais criados por nós mesmos poderemos manter o prazer de um hobbie e evitar a dor de cabeça de uma doença.






Limite Financeiro





Se não cabe no orçamento, não cabe na coleção.



Não há lógica em comprar um novo item e deixar a si mesmo ou seu núcleo familiar sem a satisfação de necessidades básicas, como saúde, alimentação e vestuário.



O limite financeiro delimita todos os demais. 



Preenchido esse limite, passa-se ao próximo.










Limite Físico



Se não cabe na decoração, não cabe na coleção.

Atualmente antes de comprar algum item novo para a coleção penso se tenho lugar em casa para acomodá-lo. 






Entenda: minha ideia não é empilhar esses objetos, mas guardá-los de forma ordeira e organizada para que eu possa acessá-los sempre que quiser. Uma vida organizada, sem excessos, é mais leve.



A ideia de limite espacial aprendi com o Shige, que limitou sua coleção ao que pode ser contido em um armário, pois ele tinha que se mudar regularmente em razão do trabalho. 



Preenchido esse limite, passa-se ao próximo.






Limite Psicológico




Verificação da realidade - Coleções
É uma coleção se:
• é exibido de uma forma que deixa você orgulhoso e mostra que você valoriza e honra isso.
• olhar para ela lhe dá prazer,
• você gosta de mostrá-lo a outras pessoas.
• não é uma obsessão que está prejudicando seus relacionamentos.
• não está enterrado sob outra desordem.
• não atrapalha sua maneira de viver a vida que você gostaria de ter. (PETER WALSH)



Esse é totalmente subjetivo.





A ideia é guardar somente o que for acima da média para você. O que "faz seu coração bater mais forte" e te enche de sensações positivas.





O conceito chave é: 




"colecionar é a maior forma de guardar fisicamente os bons momentos que vivenciamos com uma obra ou em determinado período da nossa vida. Aquele sentimento que você teve lendo, vendo ou jogando aquela obra estará eternizado para sempre na sua estante." (Vida de Colecionador).







Por que guardar quadrinhos que você não gosta? Ou filmes que odiou? Ou revistas que nunca mais lerá e que nada representam para você? 

Recentemente adquiri um snes mini classic, que é uma versão para colecionador de um console de videogame lançado nos anos 90 e que tive a experiência de jogar quando criança. Não dá pra olhar para o novo aparelho sem trazer a tona memórias antigas e agradáveis.




Limite Temporal






A cada no máximo 5 anos (ou quando bater a vontade), devemos proceder a um pente fino na coleção, verificando item por item se vale a pena manter a versão física daquilo. 





Não ligo muito para itens virtuais, pois tudo cabe em um hd externo e não polui o ambiente.





Recentemente fiz uma profunda revisão e me livrei  de muita coisa, principalmente livros e gibis (acumulo pq eles são baratos, fáceis de guardar e como coleciono há décadas acabo gostando de qq traste deles). Contudo, a prioridade hoje são itens virtuais (quadrinhos, livros , músicas etc). Aproveitei  o momento e organizei a casa inteira: pude constatar que havia muita coisa para trocar, consertar, descartar etc. Dá trabalho, mas compensa, pois deixa o ambiente mais leve e a vida mais agradável.








Conclusão 






Enfim, preenchidos os requisitos acima, basta adquirir o item.




Uma coleção só precisa impressionar seu criador, pois colecionar é montar um acervo de diferentes itens, fazendo uma curadoria daquilo que reflete experiências positivas para sua vida.





Esses limites servem para evitar que eu me torne um escravo do meu acervo e melhor valorizar o hobbie de colecionar, que nos inspirar a viver melhor.






Enfim, se dessa vida nada levamos, só devemos carregar até o final o que nos faz feliz.







Grande abraço!









Diagrama: marcelo-antologias
Qual deles é seu perfil predominante?










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Sites consultados:






  • https://bloguedoshige.blogspot.com.br/2014/05/organizando-colecao.html 

  • http://marcelo-antologias.blogspot.com.br/2017/07/colecionadores-x-leitores-de-hqs-ha.html 

  • https://whiplash.net/materias/news_805/220163-colecoes.html

  • http://vidaorganizada.com/montando-a-sua-biblioteca-pessoal/

  • https://vidadecolecionador.wordpress.com/2014/04/04/por-que-colecionamos/#more-462





6 comentários:

  1. Texto muito bom e sempre oportuno para reflexão.

    Transcrevo aqui um comentário que usei agorinha em meu blogue, em resposta a você lá:

    "É meio que uma escolha de Sofia, um dilema. E assumimos, às vezes, condutas meio paradoxais em relação a isso.

    Como moramos em regiões desguarnecidas de opções, precisamos ter acesso a lazer e à cultura em nossas casas. E isso pode levar ao acúmulo, ainda mais se quisermos desfrutar do prazer do colecionismo. Mas, ao mesmo tempo, precisamos nos tolher quanto ao acúmulo. E aí? O velho "equilíbrio" é sempre difícil de se conseguir.

    Abraços!"

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    1. acumulação é viável física e financeiramente enquanto é possível acomodação/estocagem física dentro do orçamento (aqui entra o "TOC" da organização - se tá tudo bonito na estante/armário, tudo bem)

      scans/emuladores/ mp3 permitem acessar mais confortavelmente a obra audiovisual

      a acumulação física deve refletir aspectos do projeto de vida do colecionador (resgate emocional, arqueologia dos afetos etc)

      o colecionador é o bibliotecário do acervo físico que simboliza parte de sua alma

      abs!

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    2. p.s.: George MacDonald (1824-1905), England's Antiphon: "Porque os movimentos da vida do homem são espirais: voltamos ao ponto de onde viemos, sempre refazendo nossos próprios passos, mas rumo a um nível mais alto, para a próxima volta ascendente da espiral e assim se retrocede e se avança sempre ao mesmo tempo."

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    3. George MacDonald, noutras palavras: somos eternos neófitos

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    4. Exatamente, um disco q toca as mesmas músicas

      Abs!

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Memento mori...carpe diem!