01 dezembro, 2024

[Palestra] Fedra (2009)

 

tradução indicada


O teatro clássico francês foi a última tentativa de retomar o modelo dramático da antiguidade, recuperando a estrutura da obra trágica grega e a base política do enredo, preconizadas por Aristóteles na "Poética". Confirmando o parentesco, Otto Maria Carpeaux vê em Racine um "Sófocles" francês. Segundo o crítico, Racine é o único dramaturgo que conseguiu criar uma tragédia comparável à grega e é "o poeta mais perfeito da língua francesa".    


O tema de Fedra, que estreou no dia 1º de janeiro de 1677, já havia sido tratado na antiguidade no "Hipólito" de Eurípedes e no "Fedra" de Sêneca. Em ambos os casos, de modo diferente de Racine, que produziu de longe o resultado mais complexo dos três. 


A ação passa-se em Trezena, cidade do Peloponeso onde Fedra, mulher de Teseu, rei de Atenas, aguarda o reaparecimento do marido que sumira numa expedição em busca de conquistas. Fedra é filha de Minos e e de Pasífae, reis de Creta. Tambe é irmã de Ariadne e meia-irmã do Minotauro. A família de Fedra é sistematicamente perseguida por Afrodite que a submete caprichosamente a luxúrias. Também está em Trezena, para onde havia sido desterrado pela madrasta, Hipólito, filho de Teseu com a rainha das Amazonas, chamada Hipólita ou Antíope. Hipólito fará o contraponto dramático de Fedra. 


Teseu está desaparecido há meses. 


O tempo fabulativo é antes da guerra de Tróia. O herói Teseu é o mesmo rei de Atenas que recebe Édipo em Colono, o protege e testemunha a sua morte. Para os atenienses, Teseu é comparável a Héracles que, aliás, o salva de sua prisão nas profundezas do Hades, segundo a versão mais aceita para o longo desaparecimento do rei de Atenas. 




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