[Palestra] Gênesis de Moisés (2010)/José Monir Nasser

 

 



Introdução


Mais uma grande palestra sobre um grande livro.


Trecho Destacado



Tradicionalmente atribuída a Moisés, que a teria recebido no Sinai por voltado ano 1400 a.C., a famosa “lei mosaica”, foi escrita, na verdade, por diversos narradores ao longo de muitas centenas de anos, a partir de tradições orais.

 Para os judeus, o Gênesis chama‑se “Bereshit”, que significa “No Princípio”. O nome “Gênesis” (como de resto o dos outros quatro livros) é grego, porque estabelecido na tradução “Septuaginta”, em que setenta rabinos, durante setenta dias, em 260 a.C., traduziram para o grego os originais hebraicos do Velho Testamento para atender judeus de língua grega

A obra que tem cinquenta capítulos narra a cosmologia judaica, o nascimento e a queda do homem, a destruição do mundo pelo dilúvio, seu repovoamento  pelos filhos de Noé, a história de Abraão e o início do povo judeu com as sagas de Isaque, de seu filho Jacó e, filho deste, José. A narrativa acaba com o estabelecimento dos judeus no Egito

Eva significa “desejo”. E o desejo passa a ser a mãe da humanidade. O problema da humanidade passa a ser entender o que fazer com isso. Esse desejo é fundamentalmente descrito aqui nesses três primeiros capítulos que estabelecem toda a estruturação do pensamento judaico. Nesses três capítulos, que nós lemos aqui com pormenores, está estruturada completamente a concepção existencial, a concepção
cosmológica judaica: o homem é um ser no meio, entre o céu e a terra. Quer dizer, ele está entre o espírito e a matéria. E ele tem consciência disso. 

Ele tem consciência de que representa simbolicamente Deus. Ele é uma espécie de modelo divino. Foi criado à imagem e semelhança. No entanto, ao ter comido esse fruto, ou seja, ao ter experimentado os frutos da terra e ter  percebido que há muita coisa nesse mundo que podia ser mais gostosa e mais agradável, o homem cria então uma tensão interna permanente entre o desejo de atender o céu, e subir, e o desejo de descer para a terra. Esse é o mundo em que nós vivemos. Essa é a situação existencial que nós vivemos. Adão! Simbolicamente todos os homens fizeram a escolha errada e fomos então expulsos do paraíso


Autores Mencionados



Conclusão


Enfim, uma ótima oportunidade de conhecer autores clássicos e de forma gratuita.

Recomendo.

Grande abraço!

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  • https://www.monir.com.br/index.php/11-jose-monir-nasser/32-listagem-de-arquivos-de-aulas
  • https://www.sesipr.org.br/cultura/literatura/novas-expedicoes-pelo-mundo-da-cultura-1-27853-367455.shtml
  • https://www.sesipr.org.br/cultura/jose-monir-nasser-e-homenageado-no-teatro-sesi---campus-da-industria-1-14094-247610.shtml


4 comentários:

  1. Eu já li o Gênesis duas vezes. A primeira vez em um Bíblia Católica e a segunda em uma versão HQ de Robert Crumb (que deomrou quatro anos para concluir). Com meus olhos de século XX/ XXI continuo achando que é uma crônica policial, cheia de traições, assassinatos, delírios, crenças e sacanagens diversas. É espantoso pensar que a humanidade viveu assim há milhares de anos. Talvez, daqui uns quatro mil anos, algum morador de uma colônia em Marte pense a mesma coisa ao ler relatos desta nossa época. Sua leitura pode ser uma boa diversão se você conseguir despir-se do manto religioso que começamos a vestir desde o nascimento. A mesma observação vale para a Epopéia de Gilgamesh (mais antiga e que conta a história do dilúvio tal como é lida na Bíblia). Mas não estou tirando onda de erudito, pois só conheço pouquissímos trechos (0,1%) desse livro sumério. Abraços.

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    1. "é uma crônica policial, cheia de traições, assassinatos, delírios, crenças e sacanagens diversas. "
      genesis tem vários momentos. a parte da criação do mundo é um espetáculo cósmico

      "crônica policial, " - é quase uma introdução a game of thrones, hehe
      o problema começa com os seres humansos, mesmo assim o legal é que o livro permite infinitas interpretações

      abs!

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  2. A beleza da concepção cosmológica judaica, seus sistemas herméticos etc. A beleza, enfim, da tradição ocidental e porque precisamos conservá-la para sobrevivermos. Conservadorismo intelectual, cultural, político etc. Defender isso, hoje em dia, é quase um acinte à "nova elite intelectual" que impregna nossas academias.

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    1. "Defender isso, hoje em dia, é quase um acinte à "nova elite intelectual" que impregna nossas academias."- todo ciclo humano tem uma fase de decadência
      agora é só ladeira abaixo

      abs!

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